Doenças respiratórias em suínos no inverno desafiam o setor

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O inverno traz desafios importantes para a suinocultura. Temperaturas mais baixas, maior umidade e ventilação inadequada criam condições propícias para o surgimento e agravamento de doenças respiratórias. Esses fatores, aliados ao estresse térmico e a falhas no manejo, aumentam a vulnerabilidade dos suínos, comprometendo sua saúde e produtividade.
Nesse cenário, surgem prejuízos como elevação da mortalidade, redução no desempenho zootécnico e mais condenações em frigoríficos. Muitas vezes, na tentativa de proteger os animais do frio, produtores acabam fechando demais as instalações, reduzindo a ventilação e elevando a concentração de gases como amônia, além de poeira e umidade, fatores que favorecem a proliferação de agentes patogênicos.
Entre as principais doenças desse período está a influenza suína, que causa tosse, febre e secreção nasal, prejudicando o desempenho e enfraquecendo o sistema imunológico dos animais. A infecção também facilita a ocorrência de coinfecções com patógenos como Mycoplasma hyopneumoniaePasteurella multocida e Actinobacillus pleuropneumoniae, comuns em ambientes frios e mal ventilados.
Fatores de risco
  • Temperaturas extremas: O frio intenso e as variações bruscas causam estresse térmico, prejudicando a imunidade dos suínos.
  • Alta umidade: Favorece a proliferação de micro-organismos e dificulta a renovação do ar.
  • Ventilação inadequada: O fechamento excessivo e o uso incorreto de aquecedores elevam a concentração de gases e partículas nocivas.
  • Estresse e nutrição inadequada: Movimentações excessivas, superlotação e dietas desbalanceadas reduzem a resistência imunológica dos suínos.
Prevenção e controle
  • Ventilação eficiente: Ajustar a ventilação evita correntes frias e acúmulo de gases. Sensores ambientais ajudam a manter o conforto térmico.
  • Ambiente limpo: A remoção contínua de sujidades reduz a produção de gases.
  • Vacinação estratégica: Fundamental para o controle das doenças respiratórias. A imunização contra a influenza também protege os trabalhadores, prevenindo a transmissão cruzada.
  • Nebulização: O uso de atomizadores ou termonebulizadores com desinfetantes ou óleos essenciais age diretamente nas vias respiratórias, auxiliando no controle de vírus e bactérias.
  • Monitoramento sanitário: A vigilância contínua permite a detecção precoce e resposta rápida a surtos.
  • Manejo nutricional adequado: Dietas balanceadas, enriquecidas com probióticos e prebióticos, fortalecem o sistema imunológico dos suínos.
A adoção de práticas integradas de manejo ambiental, imunização, nutrição e biosseguridade é essencial para reduzir riscos sanitários e prejuízos econômicos. O monitoramento constante garante a saúde, bem-estar e eficiência dos sistemas de produção.
Huillian Zecchin é Mestre em Produção e Nutrição Animal da Vaccinar Saúde Animal