21 de agosto de 2021

Dicas importantes para uma boa nutrição dos leitões

O ganho de peso nas primeiras semanas de vida dos leitões tem relação direta com seu desempenho nas fases subsequentes. Melhorar a taxa de sobrevivência, crescimento e resistência a doenças de todos os leitões, é essencial para incrementar a produtividade da granja. Neste contexto, as rações pré-iniciais irão contribuir diretamente e positivamente, amenizando os impactos da ingestão insuficiente de colostro e leite, dos desafios metabólicos do desmame sobre o metabolismo e a morfologia intestinal, sobre o sistema imunológico e sobre a capacidade de absorção de nutrientes dos animais por toda sua vida. Dessa forma, todos os esforços para reversão dos impactos dos desafios sofridos pelo leitão nas primeiras semanas de vida melhoram a saúde do plantel, maximiza o peso ao abate e os índices produtivos da granja.

O peso dos leitões
Hoje em dia, dar à luz a mais de 16 leitões é comum em porcas hiperprolíficas. No entanto, essa melhora concomitantemente diminuiu o peso médio da ninhada ao nascer e aumentou a variabilidade do peso entre e dentro das ninhadas (desuniformidade), bem como a proporção de leitões com baixo peso ao nascer. Como consequência, o ganho médio diário de leitões nascidos de ninhadas grandes também diminuiu. Além disso, os leitões pequenos são mais sensíveis ao frio devido à menor reserva de energia corporal e são menos combativos para acessar as melhores tetas. Portanto, seu estado imunológico e nutricional é afetado, o que, por sua vez, compromete seu desempenho de crescimento e aumenta o risco de morbimortalidade.

Dentre todas as áreas de estudo direcionadas a esse segmento, não restam dúvidas de que a nutrição representa a mais promissora e efetiva das ciências aplicadas a essa fase. Os principais fatores que afetam o peso do leitão ao nascer e ao desmame incluem crescimento intrauterino, ingestão de colostro, colonização microbiana precoce e produção de leite durante a lactação. Assim, investir na nutrição das fêmeas gestantes e lactentes, também melhoram os índices produtivos do plantel. A nutrição e manejo dos leitões e das fêmeas devem:

1) Melhorar o crescimento fetal e tamanho dos leitões ao nascimento;

2) Fomentar a produção de colostro e leite;

3) Garantir conforto térmico;

4 ) Permitir e modular a colonização microbiana precoce e saudável;

5) Fornecer nutrientes essenciais para essas fases de acordo com os requerimentos dos animais.

Para alcançar e otimizar o desempenho dos leitões, obtendo êxito, é preciso aplicar também os conhecimentos já tradicionais:

1) Manutenção de sua temperatura corporal na maternidade e creche;

2) Fornecimento de alimentação complementar durante a lactação e estimular o consumo imediato no desmame;

3) Nutrição, que além de atender os requerimentos nutricionais, contribua para a integridade e função intestinal, equilíbrio da microflora e desenvolvimento de imunidade ativa.

Nesse sentido, os leitões precisam de um ambiente quente e seco para sobreviver, especialmente durante os primeiros dias após o nascimento. O nascimento marca uma queda repentina na temperatura corporal como o sinal inicial para aumentar sua própria termogênese. No entanto, os leitões nascem com depósitos de energia muito pequenos. Sem a gordura marrom, os depósitos de glicogênio são capazes de fornecer energia por aproximadamente 16 horas, e a energia fornecida pelo colostro deve contribuir para garantir a sobrevivência do leitão, pois o leite transitório não é secretado até aproximadamente 34 horas após o parto. Nessas condições, os leitões recém-nascidos estão em um balanço energético negativo imediatamente após o nascimento devido à sua alta atividade física e alta necessidade de energia para termorregulação.

A recepção do leitão com um pó secante eficiente é essencial ao nascimento. Como exemplo, podemos citar que PURlite (pó secante da Wisium) melhora o GPD em cerca de 30% das 48 primeiras horas de vida dos leitões. Por sua vez, as fêmeas estão em estresse térmico em quase todos os meses do ano, em países tropicais como o nosso, especialmente na maternidade, onde geralmente o ambiente é mais quente e fechado para proteger os leitões. O estresse térmico, tanto na gestação, quanto na lactação, reduz o rendimento e o bem-estar: as fêmeas apresentam perda de apetite, incremento da temperatura corporal e aumento da frequência respiratória, que causam má digestão e absorção de nutrientes, acidose metabólica e inflamação e alteração da integridade intestinal.

Como é difícil manipular a temperatura ambiente da maternidade para não prejudicar os leitões, a solução mais viável é a suplementação de aditivos que contribuem para reduzir o incremento calórico e fornecer bem-estar “refrescando” o metabolismo e maneira geral. Aqui no Brasil, em breve estará disponível o FreshUp, uma solução da Wisium, para mitigar esses efeitos do estresse térmico. Ele é composto por componentes funcionais antioxidantes para modular a inflamação da mucosa intestinal e o estresse oxidativo, melhorar a digestão aumentando as secreções no trato gastrointestinal, melhorando a permeabilidade intestinal. Quando adicionado nas rações das porcas, ele aumenta a ingestão de ração e água e diminui as perdas de peso corporal durante a lactação. Em um estudo feito no Brasil em 2020, o uso de FreshUp reduziu a perda de peso corporal das fêmeas em 29% durante a lactação.

Fase de creche
Já é consenso que o desmame é considerado um período crítico na vida do leitão. A redução na capacidade de ingestão de ração associada aos fatores estressantes do desmame conduzem à redução de desempenho, perda de peso e susceptibilidade a doenças. Com o desmame precoce (3 – 4 semanas de idade), ocorre a substituição do leite da fêmea por uma ração sólida, interrompendo o aporte de nutrientes essenciais aos leitões (vitaminas, minerais, aminoácidos, imunoglobulinas, por exemplo), o que resulta em menor consumo de alimento, redução marcante do desempenho dos animais (baixo ganho de peso e baixa eficiência alimentar) e comprometimento da integridade intestinal e do metabolismo de maneira geral.

A transição de dieta líquida e frequente, para uma dieta sólida e menos frequente, implica em uma série de alterações na fisiologia digestiva. Com a retirada e substituição do leite materno como alimento principal, ocorre não somente um drástico decréscimo no aporte de imunoglobulinas, mas também de nutrientes essenciais e de diversos fatores de crescimento. Já está extensamente demonstrado que a atividade enzimática intestinal fica sensivelmente comprometida nos primeiros dias após o desmame, com redução da capacidade de digestão proteica e energética.

Como a primeira reação do sistema digestivo dos leitões é considerar a nova ração como um antígeno, eles também precisam adaptar seu sistema imunológico para aceitar essa nova ração. Como 70 a 80% das células imunes estão localizadas no intestino, essa adaptação pode gerar inflamação local e estresse oxidativo. Em contato com antígenos, os macrófagos, células de defesa, induzem a produção de marcadores pró-inflamatórios e de estresse oxidativo e isso consome muita energia e nutrientes.

Compreender a fisiologia intestinal pós-desmame é um passo essencial para a solução dos problemas práticos encontrados nesta fase, para fazer o melhor uso das tecnologias disponíveis. As alterações estruturais e funcionais do tecido intestinal interferem diretamente sobre a saúde e o desempenho dos leitões. Dentre as alterações estruturais, destacam-se principalmente a redução na altura das vilosidades e o aumento na profundidade das criptas, com redução da atividade enzimática da borda em escova e sensível diminuição da capacidade de absorção de nutrientes. O efeito combinado desses fatores está diretamente associado à redução de consumo e ao desempenho comprometido, que muitas vezes observamos nesta fase, em condições práticas.

Para todos os aspectos, existem soluções acessíveis e viáveis, como fornecer dietas pré-iniciais e iniciais com ingredientes digestíveis e funcionais. Ao escolher um concentrado ou ração pronta, o produtor deve observar se ele contém ingredientes facilmente digeríveis ao trato digestível tão delicado dos leitões. Ingredientes com carboidratos facilmente digeríveis, como arroz, farelo de bolacha; fontes com alta concentração de nutrientes disponíveis, como os processados da soja e do milho; boas fontes de lactose e de nutrientes prebióticos, probióticos; aminoácidos funcionais como ácido glutâmico, glutamina, treonina e triptofano; suplementação adequada de ácidos graxos poliinsaturados, vitaminas, minerais; e ativos fitogênicos, como exemplos. As linhas de concentrados WeanUp e Expertsui Baby da Wisium, por exemplo, possuem essas tecnologias que promovem um grande diferencial para alta performance e saúde dos leitões na creche.

Esses componentes mitigam os efeitos das limitações de digestão e absorção no intestino delgado, reduzem o substrato fermentável para multiplicação de bactérias patogênicas e enterotoxigênicas, causadoras de diarreias, contribuem para melhoria do desenvolvimento do sistema imunológico e melhoram o desempenho dos animais. Outro aspecto importante a ser considerado é o tratamento das rações dos leitões e das fêmeas contra micotoxinas. É sempre interessante dar preferência à concentrados e núcleos que já contenham essa tecnologia em sua composição, se não for possível essa aplicação na propriedade. Mas a aplicação de um bom adsorvente é essencial, especialmente em momentos em que a qualidade do milho cai devido a sazonalidades de produção e oferta.  Recomendamos o uso de T5X, que além de adsorvente, promove a desintoxicação por meio da biotransformação das micotoxinas e ainda possui beta-glucanos ativados que estimulam o sistema imunológico dos animais.

Fase crítica
A fase de creche pode ser considerada um momento crítico. Transição alimentar, mudança de alojamento, separação da mãe e da ninhada, variações fisiológicas e imunológicas, na temperatura ambiente, são algumas das grandes mudanças ao desmame. Os leitões estão enfrentando estresse multifatorial em um curto espaço de tempo. Um dos impactos mais visíveis desse estresse é a grande diminuição do consumo de ração após a separação da mãe. Essa queda no consumo de ração provavelmente causa dificuldades para cobrir o suprimento adequado de nutrientes para suprir as necessidades de crescimento, ocorre redução da altura das vilosidades intestinais e, portanto, da área de absorção de nutrientes, e inicia o processo de mobilização das reservas corporais de gordura e músculos.

Além dessas consequências, existem impactos não visíveis a níveis fisiológicos e metabólicos. Na verdade, o desmame significa o primeiro encontro entre os leitões e algumas matérias-primas. Consequentemente, os animais têm que adaptar seu sistema enzimático para digerir essas novas matérias-primas, o que é uma mudança fisiológica importante. E mais: atualmente, estamos vivendo uma fase de transição importante, que é a adaptação à restrição do uso de antibioticos como promotores de crescimento.

Nunca se falou tanto do uso de substancias naturais para mitigar os efeitos da retirada dos antibioticos das rações. Alguns ingredientes atuam com eficiencia para modular a resposta imune dos animais e preservar a integridade metabólica em momentos de desafio. Na Wisium, temos disponível o B-Safe®, feito com uma combinação de dois ingredientes ativos (Zeolite e Cobre), que possuem efeito sinérgico na melhoria dos parametros zootecnicos e nas funções fisiológicas para melhorar o desempenho e saúde dos animais. Sua suplementação é indicada para todas as fases de produção. O B-Safe® é atraido por membranas polares das bacterias patogênicas (Gram + e Gram -) o que causa sua ruptura, enquanto aumenta a abundância de firmicutes (por exemplo Lactobacillus), cuja presença é benéfica para equilibrio de uma boa microbiota intestinal.  Essa tecnologia também está incluída nas linhas de concentrados WeanUp e Expertsui Baby, da Wisium.

Em suma, a fase de creche requer muita atenção. Com o uso das melhores soluções e tecnologias, pode-se atingir o máximo desempenho dos leitões na fase de creche. Afinal, leitões mais pesados ao desmame têm uma taxa de crescimento mais alta e, consequentemente, requerem significativamente menos dias para atingir o peso comercial ao abate. Portanto, estratégias que aumentam o peso ao desmame tem um impacto direto no desempenho geral da granja. Nesse sentido, programas de alimentação e manejo que visam acelerar a taxa de crescimento imediatamente após o desmame tem correlação direta com a redução do atingimento do peso ao abate, contribuindo diretamente para melhorar os índices produtivos e econômicos.

Qualquer dúvida, estamos à disposição.Muito obrigada.

Marianne Kutschenko é Gerente de Desenvolvimento de Negócios de Suínos da Wisium ADM NA

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