Conectando o futuro: papel da IoT na agricultura sustentável

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luíza Dias iot recorte

O avanço e os desafios da tecnologia na otimização de cultivos, redução de desperdícios e monitoramento ambiental.

 

Estamos acompanhando, bem diante dos nossos olhos, a evolução dos dispositivos IoT (Internet das Coisas) e sua liderança no caminho para a Indústria 4.0. Com cada vez mais frequência, encontramos ferramentas conectadas, que vão desde caixinhas de som a roupas e equipamentos industriais. Sua presença tem sido tão expressiva em rotinas pessoais e de trabalho que, desde 2011, celebra-se em 09 de abril o Dia Mundial da IoT – data vista como uma oportunidade de ampliar debates e conhecimentos a respeito desta tecnologia que vem se popularizando a nível global.

Com a crescente adaptação às funcionalidades da IoT, uma série de segmentos de mercado tem se transformado, sendo a agricultura um dos setores mais beneficiados. A chamada Agricultura de Precisão vem utilizando sensores, drones e dispositivos conectados para executar diversas tarefas, processando dados para determinar as necessidades exatas de produção e responder de forma adequada, tornando a área mais eficiente e sustentável. Segundo um anúncio da Meticulous Research®, o mercado de IoT neste segmento deve alcançar US$27,81 bilhões até 2031, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 12,9% entre 2024 e 2031.

Os casos de uso são muitos, mas giram, essencialmente, em torno da otimização e automação dos processos relacionados à colheitas, manejo de gado, redução de desperdício e monitoramento de fatores externos (como clima e impactos ambientais). Na pecuária, por exemplo, dispositivos vestíveis permitem acompanhar a localização e a saúde dos animais em tempo real, otimizando a gestão e reduzindo perdas. Já no ramo agrícola, a IoT tem permitido um monitoramento mais preciso e eficiente de cultivos e rebanhos. Sensores conectados podem medir a umidade do solo, a temperatura, a precipitação e os níveis de nutrientes, possibilitando um controle detalhado sobre as condições de plantio.

Drones equipados com sensores e câmeras são usados para mapear campos, identificar pragas e doenças, e até mesmo realizar atividades como pulverização e polinização. Além disso, a aplicação da IoT também se dá nas Estufas Inteligentes, estruturas avançadas que utilizam sistemas automatizados para regular fatores ambientais, garantindo condições ideais para o cultivo sem desperdício de recursos.

 

Principais desafios – A agricultura aprimorada pela IoT ainda está em sua fase inicial e há inúmeros desafios que podem impedir que essas práticas sejam devidamente utilizadas e difundidas, sendo um deles a segurança digital. A interconectividade dos dispositivos IoT os torna vulneráveis a ataques cibernéticos, que podem comprometer dados sensíveis sobre a produção e até mesmo causar falhas operacionais graves. Vale ressaltar que, quanto mais dispositivos utilizados, maior é a superfície de ataque por meio dos muitos pontos de entrada.

Ainda em termos de segurança cibernética, algo que também deve-se considerar é a gestão, proteção e manutenção das informações coletadas. Dados pessoais e operacionais inerentes às práticas agrícolas precisam ser resguardados contra acessos não autorizados. O gerenciamento automatizado e a renovação de certificados digitais são essenciais para comunicações seguras.

Para além da segurança digital, outro desafio enfrentado é a conectividade, já que muitas fazendas estão localizadas em zonas com acesso limitado ou instável à internet. Sem uma infraestrutura de rede confiável, os dispositivos IoT não podem operar de maneira eficaz.

A manutenção dos equipamentos também é um fator crítico, pois muitos dispositivos precisam ser resistentes às condições adversas do ambiente rural. Ou seja, os custos de implementação e gestão da IoT na agricultura podem ser um obstáculo, especialmente para pequenos produtores. O investimento inicial em sensores, infraestrutura e treinamento acaba sendo elevado, dificultando a adoção generalizada da tecnologia.

 

Futuro Sustentável – Apesar dos obstáculos para sua adoção e operacionalização, a IoT tem o potencial de transformar a agricultura e torná-la mais produtiva e sustentável. A tecnologia pode ajudar a reduzir o desperdício de água e insumos, otimizar a cadeia de suprimentos e aumentar a resiliência das fazendas diante das mudanças climáticas. Então, para que essa transformação ocorra de forma eficaz, é necessário investir em pesquisa, infraestrutura e segurança cibernética.

A IoT pode ser a chave do futuro agrícola. No entanto, para colhermos os frutos dessa revolução, é preciso garantir que a tecnologia seja utilizada de forma responsável e que esteja ao alcance de todos. É essencial que essas tecnologias em evolução não apenas sejam apoiadas e incentivadas, mas também protegidas pelos mais altos padrões de cibersegurança. Se o setor puder superar as barreiras e se tornar mais acessível, atuando sob práticas robustas e eficientes de segurança digital, um novo caminho será aberto, com benefícios que podem ir muito além do seu nicho, gerando impactos positivos no meio ambiente, na economia e na oferta e demanda.

 

Luiza Dias é Diretora Presidente da GlobalSign Brasil.

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