25 de março de 2022

Como a guerra na Europa impacta a inflação brasileira?

A escalada de tensões na Ucrânia e as sanções impostas à Rússia despertaram impactos negativos não apenas na Europa e nos Estados Unidos, mas também no Brasil, com consequências diretas na inflação nacional. Entre os principais efeitos imediatos da guerra está a alta nos preços dos commodities, como produtos agrícolas, minerais e o petróleo. “Os preços das commodities são geralmente muito voláteis. No caso do petróleo, podemos ver essa volatilidade com clareza. Cada vez que as negociações de paz parecem avançar, os preços reduzem, já quando há perspectiva de uma guerra mais longa, os preços voltam a se elevar”, afirma Robson Gonçalves, professor de Economia dos cursos de MBA do ISAE/FGV. “A inflação brasileira já capturou esse efeito, o que reflete diretamente no preço dos combustíveis na ponta do consumidor”, diz.

Entre os setores econômicos que mais vem sofrendo com o mercado volátil está o agronegócio. “O Brasil é um grande importador de fertilizantes da Rússia”, aponta o especialista. “O aumento do preço dos fertilizantes, por conta da escassez internacional, afeta a margem de lucro do agronegócio. E para piorar, o impacto dos preços dos combustíveis também encarece os fretes. Por isso, pode-se esperar uma nova onda de alta de preço dos alimentos”, aponta.

Contudo, as perspectivas de uma reversão neste cenário são positivas. “De um lado, o dólar no Brasil vem caindo de forma consistente. Além disso, prolongar a guerra não é interessante para a economia russa”, pondera o economista. Segundo ele, à medida que haja um desfecho pacífico para o embate, a onda inflacionária — que teve início com a pandemia — tende a se reverter. “A Rússia é bastante dependente de suas exportações de energia e matérias-primas. E a invasão na Ucrânia, com os embargos que se seguiram aos produtos russos, vem castigando a população daquele país. A paz é o melhor para todos”, finaliza Robson Gonçalves.

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