Como implantar um programa eficaz de IA na pecuária leiteira e os procedimentos na hora de inseminar
De acordo com Camargo, o hormônio mais comum é chamado de prostaglandina. Ele age removendo o componente do ovário da vaca e estimulando o início do cio. Porém, isso só funciona em épocas específicas, porque é preciso que a vaca já esteja na iminência do cio e tenha esse componente ovariano no corpo. A recomendação é aplicar o hormônio a cada 11 dias, intervalo que garante a eficácia da tecnologia, respeitando o ciclo da vaca. Esse processo é parte de um sistema que se chama A IATF consiste na inseminação associada à aplicação de hormônios em épocas definidas, para garantir a fecundação sem a necessidade de identificar o cio. Camargo orienta que é preciso realizar um protocolo hormonal e manter registros de tudo o que acontece com a vaca, inclusive anotando dias e horários, para que o proprietário saiba a melhor época de fazer a inseminação. “O animal não necessariamente vai apresentar o cio, mas pode ser inseminado mesmo assim devido aos hormônios que estimulam o folículo dos ovários”, afirma. O sistema é ideal para quem não registra bom índice de inseminação na fazenda e também para pecuaristas que tenham rebanhos muito grandes ou pouca mão de obra, porque torna o manejo mais simples. Sem a necessidade de observar a todo o momento cada uma das vacas, a chance de perder o cio ou atrasar o horário de inseminação diminui com o IATF. “O protocolo hormonal facilita o manejo, mas não é um processo que aumenta a fertilidade, como alguns proprietários pensam”, afirma Camargo. O pesquisador acredita que é fundamental que os pecuaristas consultem um veterinário para realizar a IATF. Esses profissionais podem cuidar de outros aspectos do manejo, como saúde pós-parto, condição nutricional e saúde uterina, porque sem esses cuidados, mesmo com IATF o sucesso da fertilização será baixo.
* Sérgio Saud – Presidente da ASBIA | Artigo publicado na revista Mundo do Leite