26 de setembro de 2020

Alga lithothamnium melhora ingestão de matéria seca e digestibilidade

A produção de vacas de leite deve estar pautada em três importantes pilares: genética, manejo e nutrição. Com os sistemas de produção amplamente intensificados, as vacas estão cada vez mais produtivas e para atender esta demanda na produção de leite, uma dieta de vaca leiteira deve ter como principais ingredientes a energia, a fibra e os minerais. A alimentação é o maior dos custos de produção dentro da atividade leiteira, somando cerca de 50% das despesas totais da propriedade. Logo, a rentabilidade da propriedade é bastante afetada pela relação da produção leiteira com o desembolso de alimentação por vaca (CLARK & DAVIS, 1980).

Para se ter melhor relação custo-benefício de uma dieta, é preciso que ofereça exatamente o que é necessário de cada ingrediente, reduzindo desperdícios. Mas, para que isso ocorra é fundamental ter conhecimento de dois pontos essenciais: necessidade da vaca de cada nutriente e a composição dos alimentos utilizados na dieta. A necessidade da vaca para produção consiste na exigência nutricional e esta depende do peso vivo, quantidade de leite produzida, estágio de lactação e estado fisiológico. Com essas informações, é possível definir a necessidade de cada ingrediente. É imprescindível conhecer quanto cada alimento fornece de cada nutriente, por exemplo, se uma vaca ingerir 3,2 kg de proteína / dia é preciso saber quanto de proteína cada alimento da dieta possui para se adequar a quantidade de cada alimento.

As exigências e as formulações são estimadas com base na MS dos alimentos, pois, as vacas exigem quantidades específicas de nutrientes secos diariamente para atender as exigências de manutenção, crescimento, gestação e produção de leite. No entanto, alimentos aparentemente secos não são absolutamente secos. Quando recomendamos, por exemplo, 12 kg/vaca/dia de resíduo de cevada (ou cervejaria), com teor de MS de 20%, verificamos a realidade ofertada de apenas 2,4 kg de nutrientes secos, já que o restante, 9,6 kg, são representados por água. A utilização de fontes não convencionas na dieta de ruminantes tem se mostrado interessante. Entre elas, destaca-se a alga Lithothamnium calcareum, pois essa fonte natural de minerais orgânicos apresenta maior eficiência em sua utilização, influenciando não apenas na manutenção do aporte mineral, mas também exercendo efeito positivo em outros processos nutricionais como a digestibilidade do alimento.

Melo et al. (2002) relata que a adição da farinha de algas calcáreas na dieta de bovinos melhorou a qualidade e a produção de leite, promoveu aumento no ganho de peso e melhorou a digestibilidade aparente da proteína bruta de forragens de baixa qualidade. As principais características que potencializam a atuação deste produto são atribuídas à maior disponibilidade dos micronutrientes que se encontram adsorvidos nas paredes celulares, sendo assim facilmente assimiláveis pelos animais e à elevada porosidade das algas (>40%) que propicia maior superfície específica de atuação.

Na produção animal, na qual a alimentação representa cerca de 70% do custo de produção, a utilização de complementos alternativos e porque não dizer, renováveis, se tornam ferramentas importantes para maximização do lucro líquido para o produtor, comprovando a real eficácia da lithothamnium para a produção leiteira.

Clayton Vieira Almeida é Supervisor Cerrados de Nutrição Animal da Oceana.

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