A indústria brasileira tem hoje a menor fatia do PIB em cerca de 70 anos. Ao mesmo tempo, um estudo feito pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) revela que a indústria nacional pagou em 2018 R$ 37 bilhões de reais em tributos. Isso quer dizer que 1,2% do seu faturamento é para pagar apenas os impostos!
Nada novo. Uma agroindústria que processa batatas, por exemplo, e quer disputar os mercados internacionais terá que contar com uma competência e competitividade acima de campeões olímpicos mundiais para obter chance de êxito. Dessa forma, o PIB brasileiro jamais conseguirá crescer 4% ao ano no patamar aonde chegamos.
Se o agronegócio brasileiro, nas minhas contas, significa 1/3 do PIB total do país e 60% desse total está no pós-porteira das fazendas (falamos da indústria, comércio e serviços), para crescermos o PIB do Brasil em 20% nos próximos seis anos precisaremos dobrar o tamanho do nosso agronegócio. E como 60% dele estão na transformação industrial e comércio, não será possível fazer isso sem uma revolução estratégica agroindustrial.
Agronegócio é indústria no antes e no pós-porteira. Ministro Paulo Guedes e Ministra Tereza Cristina: precisamos de uma política pública agroindustrial; sem a agroindústria nacional jamais dobraremos o agro do país, e se não fizermos isso, não haverá crescimento da nação a níveis necessários de 4% ao ano, minimamente.
Podemos dobrar o agro com a agroindústria e o comércio, e ainda mais, com estabilidade para o produtor rural.
* José Luiz Tejon Megido é mestre em Educação Arte e História da Cultura pelo Mackenzie, doutor em Educação pela UDE/Uruguai e membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS).