A revolução da gestão na pecuária: a Inteligência Artificial da fazenda chegou

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A história do setor financeiro nos últimos anos é um lembrete poderoso de como a tecnologia pode quebrar barreiras e democratizar o acesso a uma atividade. A popularização dos smartphones e a ascensão das fintechs não apenas simplificaram a vida de quem já estava no sistema bancário, mas também abriram as portas para milhões de pessoas que, por razões geográficas ou financeiras, estavam excluídas, transformando radicalmente o modo como lidamos com nosso dinheiro.

É nesse cenário de transformação que a Inteligência Artificial (IA) já se apresenta como uma verdadeira revolução da gestão do manejo da pecuária. Assim como as fintechs simplificaram a vida financeira, a IA está simplificando a vida do produtor rural. A chave é a democratização da gestão, utilizando novas ferramentas de artificial intelligence para tornar o processo intuitivo e, principalmente, acessível.

O grande insight foi que a tecnologia se adaptasse ao ‘jeitão’ do produtor rural e não o contrário. Em vez de exigir mudanças drásticas na rotina, uma nova tecnologia por IA, por exemplo, já está utilizando o WhatsApp, solução que é parte do dia a dia de todas as pessoas para diversos usos e finalidades. No pasto, brete ou curral, atualmente, além de tornar a coleta de dados intuitiva, outra inovação está na completa interação na produção animal com essa nova solução

Ela na prática explica o significado de diversos indicadores e realiza análises como numa conversa com um especialista (agrônomo, veterinário, zootecnista ou administrador rural). É possível neste momento o produtor solicitar a avaliação dos dados da fazenda de forma simples, tornando acessível o que antes exigia cálculos e interpretações complexas para ele ter explicações e interpretar os números de sua produção. Assim, não será mais necessário o pecuarista de corte ou leite dominar todos os conceitos zootécnicos ou usar planilhas com sistemas complicados.

A partir do emprego da IA por WhatsApp como ferramenta diária na fazenda, o produtor terá novas oportunidades e perspectivas. Conseguirá, por exemplo, uma melhoria na eficiência financeira com redução de desperdícios, utilização mais eficaz de recursos e redução dos custos de sua operação. Vai aumentar também a previsibilidade no seu negócio ao ter menos surpresas no dia a dia. Fará a gestão de maneira mais vigorosa uma vez que tem à disposição informações mais bem fundamentadas em tempo real.

Com os dados e informações coletados, o bovinocultor vai ter a possibilidade de aumentar a cooperação com instituições de pesquisa, como a Embrapa e outras organizações científicas ou centros ligados a universidades e governos estaduais, para a criação de soluções adaptadas às características específicas da sua microrregião.

A partir de agora o produtor rural contará com mais possibilidades ainda de se adequar melhor às necessidades do consumidor final e do mercado de carne e leite em relação ao bem-estar animal, sustentabilidade e outros novos aspectos que fazem parte da vida contemporânea.

É com esse mesmo espírito de inovação e democratização do setor financeiro que podemos olhar para o setor da pecuária de corte e leite. Assim como a burocracia e a falta de facilidade de acesso distanciavam os correntistas dos bancos, a complexidade e o alto custo da gestão têm afastado milhares de produtores das ferramentas que poderiam transformar concretamente seus negócios no campo.

É nosso entendimento que o pecuarista quer mergulhar na era digital rapidamente, levar para as próximas gerações o seu legado, contudo ainda não sabe como fazer exatamente isso. Por essa razão, nesta nova fase que adentramos, é importante o suporte adequado via Whatsapp que ofereça apoio à pecuária do jeito que o criador quer para ter mais próximos os controles, explicações e os índices da produção para sua tomada de decisão.

 

Oberdan Pandolfi Ermita é presidente do Conselho de Administração na Sicoob Credip.

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