Como qualquer outro animal, o cavalo necessita de um ambiente favorável e uma alimentação adequada, para que possa ter um bom desempenho em sua vida de atleta. Os programas de alimentação para equinos variam de acordo com a idade, categoria (e não sexo) e atividade que será destinado. Um cavalo bem nutrido, além de apresentar boa saúde, fertilidade e longevidade, desempenhará melhor sua função.
Muitos criadores têm dificuldades para acertar o tipo de ração, principalmente, pelas suas exigências energéticas. Antes de tudo, é importante que o proprietário do haras, da fazenda, enfim do estabelecimento, tenha sempre uma assistência de um veterinário ou de um zootecnista, para que este profissional indique a melhor dieta.
É importante saber quais as atividades que este animal irá praticar e medir sua intensidade e o tempo do exercício físico, para que seja prescrita uma dieta ideal. Uma alimentação balanceada, água limpa à vontade e volumoso de qualidade são essenciais para o animal dispor de uma boa performance. A água disponível em cocho limpo é fundamental para manter o equilíbrio hídrico e eletrolítico do atleta, pois há uma grande perda de minerais pelo suor, especialmente do cloro, sódio e potássio.
Por ser considerado um herbívoro, é preciso que o cavalo se alimente com um volumoso de boa procedência, seja o capim verde ou o feno (de Tifton, Coast-Cross, Jigss e Alfafa), para que sua flora intestinal tenha uma digestão favorável. Estima-se que o animal deva ingerir no mínimo 1,5% de seu peso corporal em volumoso. Quanto à indicação de concentrado, a quantidade pode variar entre 0,5 a 1,5% do peso vivo, dependendo da intensidade do exercício físico.
O funcionamento da flora intestinal é fundamental para o desempenho do animal. Não adianta o criador gastar fortunas com alimentação se esta não for absorvida pelo seu aparelho digestivo. Muitas vezes, o animal come mais do que o necessário para engordar e não consegue ganhar peso. Por que será? Porque a flora intestinal não está absorvendo o alimento de forma adequada. É simples o entendimento. A matéria prima utilizada para a fabricação das rações tem que ser de boa qualidade, para que possam ser devidamente digeridas e absorvidas pelo organismo. Além disso, a presença da fibra longa, ou seja, o volumoso – como feno de alfafa e/ou o feno de gramínea ou até mesmo a gramínea in natura (capim verde) – é essencial para o funcionamento adequado do sistema digestivo.
Mudança de ração – Este é um assunto que necessita de muita cautela, pois temos que adaptar a flora intestinal aos ingredientes contidos na nova ração a ser fornecida. Depois da avaliação do veterinário, a troca do alimento deve ser realizada gradativamente. Ou seja, na mudança, ofereça uma quantidade de ração antiga junto com a nova. Aos poucos, o animal vai se adaptando e o profissional avalia constantemente a evolução desta nutrição. O recomendado é realizar a mistura dos produtos no mínimo cinco dias para depois iniciar o fornecimento de 100% do novo produto.
Há diversas dietas e rações industriais formuladas para atender as necessidades dos cavalos atletas, principalmente, os participantes de provas de explosão, que necessitam de fontes energéticas de rápido aproveitamento, como tambor, baliza, maneabilidade, velocidade e outras modalidades. São rações com multipartículas, com alta digestibilidade e palatabilidade. São formuladas com proteína, energia digestível, com inclusão de óleo vegetal, minerais orgânicos (cromo, zinco, cobre e selênio), vitaminas (A, D, E e C), biotina (fortalecimento dos cascos), prebiótico, probiótico e aminoácidos essenciais como a lisina.
Para aqueles animais que serão submetidos ao máximo de seu condicionamento físico, há no mercado concentrados “extrusados” energético, que proporcionam rápida liberação de energia, alta digestibilidade e palatabilidade. Por conterem carboidratos, óleo vegetal e melaço conferem uma interação perfeita na disponibilidade do equilíbrio energético.
Como qualquer ser, uma dieta equilibrada é a condição básica para uma boa saúde, fertilidade e longevidade do equino, além de ser o principal combustível dos cavalos atletas. É preciso respeitar seus limites, seus horários e hábitos. Evitar ao máximo as causas de estresse que possam influenciar negativamente em sua criação e evolução.
O ser humano é seu aliado. É o criador que sabe realmente onde estão os pontos positivos e negativos de uma criação, visando sempre à melhoria do ambiente e, consequentemente, o bom desenvolvimento e a boa performance do cavalo atleta.
* Claudia Ceola é médica veterinária e supervisora técnica de equinos da Guabi Nutrição e Saúde
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Fonte: Assessoria de Imprensa