17 de abril de 2020

Torcida para um bom trabalho do novo ministro

A Presidente da União Europeia (UE),  von der Leyen, durante a sessão de ontem do Parlamento Europeu, sobre as ações da UE no combate a pandemia do Coronavírus, iniciou o discurso da seguinte forma:  “Não há palavras que possam fazer justiça à dor da Europa ou de todos os que sofrem em todo o mundo. Pensamos e oramos por todas as famílias de luto. E prometemos um ao outro que contaremos suas histórias e honraremos suas vidas e seus legados. Vamos lembrar de todos eles. Lembraremos da Julie, a adolescente francesa com toda a sua vida pela frente.  Jan, o veterano historiador tcheco que sempre lutou pelo que acreditava. E Gino, o médico italiano que saiu da aposentadoria para salvar vidas. Lembraremos o incrível gesto de Suzanne de deixar seu ventilador para alguém mais jovem que ela na Bélgica. E a imagem de Francis que se despediu de seu irmão através de uma janela de hospital na Irlanda. Lembraremos a nova mãe polonesa que não verá seu filho crescer e o jovem treinador de futebol espanhol que nunca verá seu sonho se tornar realidade. Vamos lembrar de todos eles. As mães, os pais, as irmãs e os irmãos. Os jovens e os idosos do norte ou do sul, do leste ou do oeste. Os amigos e colegas, os vizinhos de perto e os estrangeiros de longe. Aqueles com histórias para contar e lugares para estar. Aqueles cujo ombro nós choramos e cujo amor confiamos. Cada uma dessas milhares de histórias quebra um pedacinho do nosso coração. Mas eles também tornam nossa decisão muito mais forte para garantir que a Europa faça tudo o que puder para salvar todas as vidas que puder.”

E eu, assistindo, fiquei emocionado talvez por estar no meu 34° dia de home office e 26° dia de isolamento social. Ou simplesmente por sentir honestidade e firmeza na Presidente, que continuou: “Senhores Deputados, não podemos superar uma pandemia dessa velocidade ou escala sem a verdade. A verdade sobre tudo: os números, a ciência, as perspectivas – mas também sobre nossas próprias ações. Sim, é verdade que ninguém estava realmente pronto para isso. Também é verdade que muitos não estavam lá a tempo quando a Itália precisava de uma ajuda desde o início. E sim, por isso, é certo que a Europa como um todo ofereça um sincero pedido de desculpas. Mas pedir desculpas só conta para algo se mudarmos de comportamento. A verdade é que não demorou muito para que todos percebessem que devemos nos proteger para nos proteger. E a verdade também é que a Europa se tornou o coração pulsante da solidariedade no mundo. A verdadeira Europa está de pé, aquela que existe uma para a outra quando é mais necessária.”

E neste ponto do discurso eu me perguntei a razão pela qual, no Brasil, a polêmica é um fato continuo entre Presidente, Ministro, Governadores, Prefeitos estimulada pela grande mídia enquanto que os brasileiros se envolvem como torcedores ferrenhos nas redes sociais defendendo cada um o seu lado, como se a pandemia não fosse um problema comum. Talvez, para alguns, a morte existe somente para terceiros.

E por falar em morte, a que estava anunciada já há alguns dias aconteceu. Tomei conhecimento somente no final do dia, aqui em Bruxelas, que o Presidente Bolsonaro havia demitido o Ministro da Saúde, Mandetta. Ao fazer isso, Bolsonaro agiu como estadista e assumiu toda a responsabilidade do que possa acontecer com a saúde pública e com a economia no Brasil. A questão atual não se trata de concordar ou discordar da decisão de Bolsonaro, mas de torcer para que o novo Ministro faça um bom trabalho para o bem do nosso Brasil. A meu ver, a escolha foi técnica e ao Ministro Teich deve prevalecer a humildade para buscar assessores de primeira para administrar o caos que está bem às nossas portas.

God bless o nosso Brasil!

Jogi Oshiai é articulista da Plataforma AgroRevenda e sócio da eLLO Consultoria 

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