14 de setembro de 2023

Wine South America termina com R$ 50 milhões em negócios

A 4ª edição da Wine South America encerrou nesta quinta-feira (14/09), em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, confirmando a vocação da feira de ser uma plataforma de negócios para o mundo do vinho. Durante os três dias de eventos, mais de sete mil compradores de todos os Estados e de 22 países participaram da programação.

Com compradores qualificados e uma programação robusta, a feira promoveu mais de 2 mil reuniões de negócios em Projetos Comprador nacionais e internacionais. Somadas, as iniciativas superaram as expectativas e geraram mais de R$ 50 milhões em negócios para o setor vitivinícola. “Recebemos aqui na Serra Gaúcha os principais compradores de redes supermercadistas, lojas especializadas, hotéis e restaurantes conceituados de todas as regiões do Brasil, além de importadores de mais de 22 países”, afirma Marcos Milaneze, diretor da Wine South America.

O evento é realizado pela Milanez & Milaneze, empresa do Grupo Veronafiere e conta com todo o know-how da Vinitaly, que por mais de 55 anos é a feira referência mundial do setor de vinhos.

Ao todo, cerca de 360 marcas nacionais e internacionais participaram da WSA. A feira contou com rótulos de 20 países, sendo eles: África do Sul, Argentina, Áustria, Bulgária, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, Geórgia, Grécia, Itália, Macedônia, Moldávia, Nova Zelândia, Portugal, Romênia, Sérvia, Síria e Uruguai e, claro, Brasil.

Um dos grandes diferenciais da WSA é propiciar uma experiência única para o comprador, possibilitando conhecer o território, as vinícolas e todo o processo de produção dos rótulos. A importância de realizar uma feira internacional na maior região produtora de vinhos do Brasil é que, com ela, o mundo todo consegue conhecer in loco toda qualidade dos vinhos e espumantes que produzimos, destaca Daniel Panizzi, vice-presidente do Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis-RS).

Além de conferir as novidades do setor vitivinícola e realizar negócios, os compradores da WSA tiveram acesso a uma série de eventos paralelos durante a feira. O evento contou, por exemplo, com palestras com dados de mercado e masterclasses com degustações de alta qualidade, que foram apresentadas por especialistas como Ari Gorenstein, CEO do Grupo Víssimo, e Manoel Beato, sommelier premiadíssimo do Brasil e sommelier do grupo Fasano – um dos maiores e mais conceituados restaurantes do Brasil.

Além de produtores de vinho, espumante e suco de uva, integraram o rol de expositores os setores de azeite de oliva e cachaça. Os compradores também tiveram acesso a novidades do setor, como vinhos sem álcool, e novas formas de consumir a bebida, promovendo uma experiência de compra através da inteligência artificial.

A próxima edição da WSA já está confirmada e será realizada em setembro de 2024.

Terroirs de todo o Brasil – A diversidade e a qualidade dos vinhos nacionais puderam ser conferidas em diversos pontos desta edição da WSA. A Campanha Gaúcha, por exemplo, localizada na fronteira com a Argentina e o Uruguai, se consolida ano a ano dentro da vitivinicultura, surpreendendo cada vez mais pela qualidade de seus vinhos, premiados nacional e internacionalmente. E oito das vinícolas que fazem parte da Associação Vinhos da Campanha Gaúcha – Batalha, Bodega Sossego, Campos de Cima, Dom Pedrito, Dunamis, Guatambu, Peruzzo e Pueblo Pampeiro marcaram presença na Wine South America.

“O evento foi um sucesso para as vinícolas da região porque é sempre um momento muito importante onde mostram o que há de melhor produzido na Campanha e têm contato pessoalmente com os clientes, importadores, imprensa, fornecedores. Para nós, a Wine é a maior feira da indústria do vinho no Brasil e nos possibilita ter esse feedback positivo das pessoas que visitam o nosso estande”, avalia Pedro Candelária, presidente da Associação Vinhos da Campanha Gaúcha.

A Serra Gaúcha, palco do evento e principal região produtora de vinhos e espumantes do país, contou com dezenas de marcas representantes. A Cooperativa Vinícola Garibaldi apresentou na feira sete produtos: três vinhos e quatro espumantes. Vimos na WSA uma oportunidade de fortalecer, ao mesmo tempo, os lançamentos do portfólio, os negócios a eles relacionados, o potencial do enoturismo na região e, ainda, reafirmar os valores e propósitos que norteiam o trabalho. A crescente e continuada evolução da vitivinicultura brasileira tem contribuído para desconstruir muitos mitos no setor. O primeiro é a questão da qualidade como mérito exclusivo de rótulos internacionais. Outro é de que bons produtos são, obrigatoriamente, aqueles com valor elevado, destaca Maiquel Vignatti, gerente de Marketing da Cooperativa Vinícola Garibaldi.

Além do Rio Grande do Sul e Santa Catarina que esteve representado com Progoethe e Vinhos de Altitude, regiões produtoras de outros Estados brasileiros puderam ser conhecidas pelos compradores no estande Terroir Brasil, viabilizado pelo Sebrae Nacional. A iniciativa reuniu 20 vinícolas expositoras de estados como Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Bahia e Pernambuco. “A gente não costuma receber compradores de outros pontos do país na nossa vinícola porque nosso público é essencialmente de São Paulo, então para nós é bem positivo expandir a rede de contatos e ser visto por outros locais. O pessoal gostou bastante do nosso terroir porque nós trabalhamos com a técnica de dupla poda. Ela traz uma qualidade diferente para o vinho, o que nos rendeu rótulos que foram premiados inclusive”, comenta Alyce Oragio, comercial da vinícola Terrassos, que fica na Serra da Mantiqueira, da cidade de Amparo, São Paulo.

Na WSA, o comprador pôde ainda experimentar na taça os produtos elaborados na primeira Indicação de Procedência (IP) do setor vitivinícola fora do Rio Grande do Sul, tendo como base a Uva Goethe proveniente do terroir de Santa Catarina. Além disso, os primeiros rótulos de espumantes que levam o selo da Denominação de Origem (DO) Altos de Pinto Bandeira foram lançados oficialmente durante a WSA.

 

Estreias e frequentes – Estreando na WSA neste ano, a Chandon, primeira vinícola dedicada exclusivamente à elaboração de espumantes, está celebrando 50 anos no Brasil em 2023. “Além de ser uma ótima oportunidade de negócios, estar na WSA é uma forma também de nos aproximarmos dos clientes do sul do país e do setor vitivinícola. Para a Chandon, foi uma experiência enriquecedora e com ótimos resultados, brindando os 50 anos da Chandon no Brasil, define Delphine Vazquez, diretora de marketing da empresa.

Presente nas quatro edições da WSA, a Cooperativa Vinícola Aurora considera a participação na feira deste ano “enriquecedora e gratificante”. “O networking foi uma das maiores vantagens da participação. Tivemos a oportunidade de conhecer muitos profissionais, e trocar experiências e ideias valiosas”, avalia Rodrigo Arpini Valerio, gerente Geral de Marketing e Vendas da cooperativa.

Outro expositor que participou de todas as edições, o Grupo Famiglia Valduga, apresentou na WSA a sommelier virtual Val. “A Val é uma inteligência artificial, mas que vai muito além: ela é um novo membro da ‘Famiglia’, que vai contribuir junto à jornada do cliente, promovendo uma experiência de compra humanizada guiada por curadoria e escolhas certeiras”, explica Eduardo Valduga, diretor do Grupo Famiglia Valduga.

 

Participação internacional – Ao todo, rótulos de 20 países foram representados na WSA. Entre os destaques internacionais estão o pavilhão da Itália, promovido pelo ICE-ITA; e os estandes coletivos da Argentina, promovido pelo CFI e ProMendoza; e do Chile, promovido pelo Prochile. Além disso, a WSA contou com vinícolas premium de países como Uruguai, Espanha, França, Portugal e Geórgia.

“É a primeira vez que venho para a feira e foi extremamente produtiva. Não conhecíamos muito o mercado do sul do país e pudemos conhecer os distribuidores e compradores nacionais e internacionais. As rodadas de negócios organizadas pela feira nos ajudaram muito a prospectar negócios”, avalia Marcos Müller, export manager da Bodega Carinae, da Argentina.

Repleto de programações, o pavilhão da Itália promovido pelo ICE-ITA chamou a atenção na WSA. Gianni Bruno, diretor da Vinitaly, faz questão de ressaltar o recorde de participação italiana na feira: Isso ocorreu graças também à ação da ICE, que fez um excelente trabalho. Significa que quem chegou aqui anteriormente fez negócio e voltou, impulsionando outras empresas”, avalia.

A WSA foi palco, pela primeira vez, de expositores com o selo Vinhos de Pago, que é uma certificação da Espanha reservada aos melhores vinhos de pequenas propriedades com histórico de qualidade. Vale reforçar ainda que alguns países participam da WSA contemplando diferentes regiões produtoras, como é o caso do Chile, por exemplo, que participou da feira com rótulos de pelos menos quatro regiões: Maipo, Ñuble, O’Higgins e Maul. “Para nós, a feira foi muito importante já que queremos diversificar e mostrar nosso vinho ao mercado brasileiro, que é muito atrativo e que está solicitando vinhos cada vez mais distintos. Pelas experiências tidas tanto nas rodadas de negócios, quanto em conversas com importadores, encerramos a feira muito contentes e esperançosos que vamos seguir fechando negócios, além de ter relações futuras cada vez mais próximas com o público brasileiro”, descreve o diretor da entidade Prochile, Cristóbal Herrera Gazale.

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