15 de outubro de 2014

USDA ainda coloca Brasil como 1º exportador de soja

Pelos dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgados nesta sexta-feira, os EUA deverão ficar atrás do Brasil na exportação de soja pela terceira temporada seguida, mas a colheita recorde norte-americana em curso faz com que a indústria nacional veja a previsão de liderança brasileira em 2014/15 com certa cautela.

Os EUA já estão colhendo uma safra recorde estimada em 106,87 milhões de toneladas de soja, e terão cerca de seis meses para escoar a sua grande produção praticamente sozinhos no mercado internacional a preços muito competitivos, enquanto o Brasil estará na entressafra, afirmou o secretário-geral da Associação Brasileira das Indústrias de Óleo Vegetal (Abiove).

“Metade do ano os Estados Unidos vão ser francamente exportadores, com estoques enormes, com necessidade de exportar e armazéns cheios, pois a safra de milho também é recorde… A saída é colocar no porto para aliviar os armazéns no interior”, disse Fábio Trigueirinho, da Abiove, em entrevista à Reuters.

Ele comentou os números publicados nesta sexta-feira pelo USDA, que mantiveram as exportações do Brasil em 2014/15 (setembro/outubro) em 46,7 milhões de toneladas, ante 46,27 milhões de toneladas da previsão para embarques dos EUA no mesmo período.

“Pode ser que os Estados Unidos tenham uma performance mais forte (do que a projetada), acho que os números vão mudar para frente”, acrescentou Trigueirinho, salientando que o Brasil estará bem pouco ativo nas exportações até fevereiro, pelo menos, quando só aí começam a chegar os primeiros grãos da nova safra para exportação.

Apenas em março as vendas externas do Brasil ganham intensidade.

Segundo o secretário-geral da Abiove, “depois de fevereiro, a briga do Brasil com os EUA vai ser pau a pau”, mas antes disso os norte-americanos terão aproveitado o período em que o Brasil sazonalmente fica fora do mercado.

Os EUA devem aproveitar a ausência do Brasil assim como os exportadores brasileiros tiraram vantagem nas últimas duas safras, quando a produção norte-americana não foi das melhores, e o Brasil liderou o comércio global.

 

Fonte: Roberto Samora (Reuters) 

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