Normalmente realizado em Brasília, o encontro da cadeia produtiva foi sediado na Afubra, em Santa Cruz do Sul (RS). Grupo atualizou as principais informações acerca do setor.
Representantes de diversas entidades participaram da 72ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco na tarde desta segunda-feira, 18 de março, em Santa Cruz do Sul (RS). A reunião tratou de diversos temas de interesse da cadeia produtiva e foi realizada na véspera da abertura da Expoagro Afubra 2024, feira do setor que começa amanhã e vai até o dia 22 deste mês, em Rio Pardo (RS).
Romeu Schneider, presidente da Câmara, falou sobre o andamento e as perspectivas da safra 2023/24. Segundo a Afubra, a produção de tabaco da última safra abrangeu 509 municípios, com o envolvimento de 133 mil famílias, 6,62% mais que na última safra. “O percentual comercializado até o dia 15 de março, alcançou 58%. O preço médio pago ao produtor teve aumento médio de 19,15% em comparação com a safra 2022/23”, disse Schneider.
Em sua participação, o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Iro Schünke, apresentou aos participantes os resultados de 2023 da exportação de tabaco brasileira. Segundo o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC/ComexStat), o Brasil embarcou 512 mil toneladas de tabaco em 2023, o que gerou divisas de US$ 2,729 bilhões. Considerando os meses de janeiro e fevereiro de 2024, foram exportadas 75,3 mil toneladas, o que resultou em U$$ 492,7 milhões de divisas.
“Olhando para a média histórica das exportações na última década, embarcamos anualmente mais de 500 mil toneladas e US$ 2 bilhões, o que demonstra uma estabilidade na demanda. Apesar da liderança no ranking mundial de exportação, que já supera 30 anos consecutivos, temos visto o aumento de produção em países concorrentes, o que acende um alerta para a cadeia produtiva brasileira. Sempre importante lembrar que só há uma forma de o Brasil perder espaço no mercado: se deixar se ser competitivo no preço”, analisa Schünke.
Outro tema tratado pelo grupo foi a repercussão da 10ª Conferência das Partes (COP) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), realizada de 5 a 10 de fevereiro, no Panamá. “Temos encontrado respaldo no MAPA, mas não nos sentimos representados em outras esferas do governo onde há um radicalismo exagerado sobre o tabaco” comentou Romeu Schneider. “Por que o lado mais afetado não pode sequer ouvir o que é debatido? Falta transparência e o que podemos supor é que falta honestidade no que é discutido. Há uma força muito grande para prejudicar o setor, considerando a atitude dos representantes oficiais brasileiros no evento”, disse.
Gustavo Firmo, da Secretaria de Política Agrícola do MAPA, relatou que existe a disposição do governo em mapear áreas produtoras para implementar um programa de diversificação, mas desta vez com a participação dos produtores e das indústrias. João Nicanildo Bastos dos Santos, do Departamento de Gestão de Riscos da Secretaria de Política Agrícola do MAPA, fez uma apresentação sobre Sustentabilidade na Produção de Tabaco e as novas atualizações sobre Gestão de Risco.
A Câmara tem outras duas reuniões previstas para 2024: em 17 de julho e em 30 de outubro, ambos em Brasília.