“O Brasil pode ser a grande potência de alimentos e a grande potência ambiental do mundo.” Esta foi a mensagem de Fernando Sampaio, diretor executivo da Abiec – Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne, ao falar sobre o Marketing da Carne Bovina, durante o 8º Congresso Brasileiro de Marketing Rural, na quarta-feira, dia 28 de julho. A palestra fez parte do Painel Comunicação, coordenado por Geraldo Alonso, presidente do Conselho da ABMR&A – Associação Brasileira de Marketing Rural.
Fernando Sampaio destacou o trabalho para o desenvolvimento da pecuária brasileira nos últimos 20 anos, que colocou o país na liderança mundial de exportação de carne, e da oportunidade surgida nos idos de 1996, quando começou a onda da doença vaca louca na Europa. Destacou, também, o lançamento da marca Brazilian Beef, que tem como objetivo estimular a exportação da carne bovina brasileira, ressaltando a sua qualidade e considerando diferenciais de mercado como a alimentação do rebanho bovino a pasto, além de, até então, o Brasil competir tendo como vantagem o preço da carne nacional.
Mesmo com o papel desempenhado pela Brazilian Beef, Sampaio é de opinião que há necessidade de incrementar o marketing da carne bovina brasileira para que o mundo saiba que, aqui, se pratica pecuária com sustentabilidade. Citou exemplos de países como a Austrália e Canadá, que fizeram campanhas mundiais, após o surto da vaca louca, tendo o pasto como chamariz para a carne saudável: “meu pasto é verde, minha carne é boa”. Só que, ironizou Sampaio, o Canadá tem pasto somente três meses durante o ano.
A imagem do boi brasileiro criado a pasto, segundo ele, serviu para que a Europa afirmasse que “nosso boi é verde porque aqui se desmata para formar pasto e produzir carne, além de outros absurdos para impor barreiras à nossa pecuária”.
“Durante muitos anos, o boi barato garantiu a competitividade das exportações brasileiras. Esse tempo passou. Hoje, nosso boi está tão ou mais caro que o australiano, o americano e o argentino. É tempo de ganhar eficiência, tanto na produção quanto dentro da indústria. A legislação ambiental e a dificuldade de expansão na fronteira vão forçar a pecuária nacional a se expandir verticalmente, não mais na horizontal. A boa notícia é que, ao ganharmos eficiência, caminhamos cada vez mais rumo à sustentabilidade. Vamos produzir e exportar mais carne usando menos terra, menos água, emitindo menos gases e preservando os recursos naturais que temos”, disse Fernando Sampaio.
Por isso, na sua opinião, torna-se necessário mostrar mais ainda para o mundo e para o próprio Brasil como a pecuária brasileira é desenvolvida. “Ela é desenvolvida com tecnologia e com sustentabilidade, preservando o meio ambiente”. Comparou a história da pecuária do Brasil com a dos Estados Unidos, onde foi criada a imagem do cowboy, visto como um herói. “Aqui não, aqui o homem do campo ainda é visto de maneira negativa. Temos que contar a história de quem faz, isto é, a história do produtor rural brasileiro. Criou-se um estereotipo do homem do campo, só que de forma errônea, como se ele destruísse para produzir. Se não contarmos essa história, alguém vai contá-la de forma errada e mentirosa”, desabafou.
De acordo com o diretor executivo da Abiec, “hoje, as receitas geradas com a exportação de carne, que beiram os 5 bilhões de dólares, movimentam a economia de milhares de cidades em todo o país. Porém, essas histórias de sucesso protagonizadas pelos pecuaristas brasileiros nunca foram devidamente contadas. Buscando resgatar parte dessa memória e apresentar de forma transparente as melhores práticas do setor, a Abiec lançou o projeto “Pecuária do Brasil” – um plano de comunicação que mostrará, através de histórias reais, um setor cada vez mais moderno e sustentável”.
Ele explicou que, com o lema “O Brasil evolui com a pecuária. A pecuária evolui com o Brasil”, o “Pecuária do Brasil” tem como principal objetivo mostrar algumas das muitas contribuições do setor para o desenvolvimento do país, assim como a evolução dos criadores e dos processos industriais ao longo dos anos. Sempre apoiado em histórias reais de sucesso. Histórias que mostram que produtividade e sustentabilidade podem sim andar juntas. Trazendo com essas histórias informações importantes para que outros pecuaristas sigam no mesmo caminho”.
“Ações através de redes sociais, como o Facebook e Twitter, além de publicidade focada em formadores de opinião, também estão dentro da estratégia e serão fundamentais para levar a informação a um número ainda maior de pessoas. No início do próximo ano, está previsto um evento nacional, onde serão apresentados os destaques do setor no país. O projeto “Pecuária do Brasil” é isso, mostrar as histórias de sucesso, reavivar o orgulho dos pecuaristas e motivá-los na direção da sustentabilidade. Mostrar que nenhum lugar do mundo tem o potencial brasileiro para aumentar a produção de alimentos com sustentabilidade”, concluiu Fernando Sampaio.
O 8º Congresso Brasileiro de Marketing Rural e Agronegócio, uma realização da ABMR&A – Associação Brasileira de Marketing Rural & Agronegócio, aconteceu durante os dias 27 e 28 de julho, em São Paulo, no Transamerica Expo Center, durante as feiras de negócios AGRINSUMOS Expo&Business e INDUSPEC Animal Expo&Business, promovidas pelo Grupo Informa.
Fonte: Assessoria de Imprensa Grupo Publique