13 de março de 2021

Minerva conseguirá manter resultado mesmo em cenário mais volátil

Depois de reduzir a alavancagem e aumentar a geração de fluxo de caixa livre no ano passado, a Minerva Foods espera atravessar o cenário mais adverso que se desenha para este ano e encerrar 2021 repetindo os resultados de 2020, disse Edison Ticle, diretor financeiro da companhia, na Live do Valor desta sexta-feira. “Não temos dúvida que, em 2021, mesmo com cenário mais adverso, mais volátil e muito mais desafiador, a gente deve conseguir repetir os resultados de 2020 e conseguir ter métricas ao final do ano, seja de lucro, seja de alavancagem, mas principalmente de geração de valor para o acionista, tão boas como a gente teve em 2020”, afirmou o executivo.

A Minerva teve receita líquida de R$ 19,4 bilhões no ano passado, com lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 2,1 bilhões e fluxo de caixa livre de R$ 1,9 bilhão. Isso permitiu à companhia pagar R$ 542 milhões em dividendos, quase 80% de seu lucro líquido (de R$ 697 milhões).
A melhora da estrutura de capital em 2020, agora com custo de capital menos oneroso, deve permitir à Minerva “continuar crescendo, seja organicamente, seja inorganicamente”, disse Ticle. O foco da companhia é o crescimento orgânico e iniciativas “bastante pontuais” de aquisições, afirmou.

Do lado operacional, a Minerva se fortaleceu com a diversificação regional na América do Sul, destacou Fernando Queiroz, CEO da Minerva. “O balanceamento nos permite acelerar e desacelerar, arbitrar a diferentes regiões e países conforme o mercado muda”, disse. A estratégia de praticar gestão de risco para realizar hedge financeiro e de commodities também tem dado “velocidade e agilidade em ambiente mais rápido, desafiador e volátil”, assegurou. Atualmente, a Minerva toma decisões diárias de hedge de preços para travar suas margens, garantindo fluxo de caixa.

Desde 2018, a companhia passou a aplicar uma política de hedge para suas operações financeiras. Para este ano, com perspectivas de câmbio mais depreciado e aumento das exportações, “toda depreciação que a gente venha a ter na moeda, em todos os países que a gente atua, vão significar 100% fluxo de caixa sem a contrapartida de despesa financeira sobre a dívida” por causa da política de hedge financeiro, disse. A perspectiva da Minerva para as exportações de carne bovina são “extremamente positivas” para este ano, tanto pelo aumento da demanda global puxada pela retomada mais forte do Sudeste Asiático, como pela redução da oferta na Austrália, avaliou o CEO. Essa retomada do Sudeste Asiático, inclusive, é o que tem impulsionado um novo ciclo de alta das commodities “e, por consequência, os preços das proteínas”, disse.

Segundo Queiroz, também há uma mudança de hábito ainda em curso na China de migração do consumo da carne suína para a carne bovina desde a última epidemia de peste suína africana, que voltou a aparecer este ano no país. Entre os países desenvolvidos, a Minerva vê demanda crescente nos Estados Unidos, especialmente por produtos de nicho, como por produtos orgânicos, e um novo caminho no Reino Unido, onde o Brexit permitiu aos exportadores da América do Sul competir com fornecedores europeus igualmente. No mercado interno, o efeito provocado desde o início da pandemia de redução das vendas ao food service e de aumento das vendas de produtos “premium” e de produtos mais competitivos segue com uma “tendência cada vez mais pronunciada”.

 

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