Manejo e vacinação previnem doença do edema no pós-desmame de suínos

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A fase pós-desmame é uma das mais críticas na suinocultura, sendo um momento de adaptação que envolve desafios nutricionais, ambientais e de manejo. Nesse período, muitos produtores enfrentam perdas significativas na produção devido a surtos de enfermidades que afetam o desempenho e a saúde dos leitões. Entre elas, está a doença do edema (DE).

A enfermidade reduz o desempenho dos suínos e pode ter altas taxas de mortalidade, afetando preferencialmente os leitões entre 4 e 15 dias após o desmame, mas pode incidir também sobre suínos em crescimento com 30 a 90 dias de idade.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e). Nos casos clássicos, os leitões apresentam edema de face e um inchaço característico nas pálpebras, além de incoordenação motora e andar cambaleante, que evolui para a paralisia total dos membros.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

“O diagnóstico da doença do edema em suínos é desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença”, explica Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de serviços veterinários de suínos da Ceva Saúde Animal

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Vários fatores podem aumentar o risco de ocorrência da doença do edema na granja, incluindo mudanças ambientais no pós-desmame, alterações bruscas na alimentação, estresse dos leitões devido ao novo ambiente, mistura de várias leitegadas na mesma baia, superlotação, higiene precária e desinfecção inadequada, grandes variações de temperatura ambiental, alta umidade e ausência de vazio sanitário na troca de lotes.

Devido aos prejuízos associados com a presença da doença na granja, a prevenção é uma estratégia indispensável para assegurar o sucesso do ciclo produtivo. “Um manejo bem realizado, aliado à vacinação, são os melhores pilares para manter uma granja rentável e livre da doença do edema, assegurando a saúde e o bem-estar dos suínos e, consequentemente, a sustentabilidade econômica da produção suína”, finaliza Pedro.

Ao adotar uma abordagem integrada os produtores protegem a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade na suinocultura.

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