10 de fevereiro de 2024

Mancha Verde leva samba e sanfona para o Carnaval

A Mancha Verde foi a penúltima escola a atravessar a avenida, com o dia já amanhecendo, na primeira noite de desfiles no Sambódromo do Anhembi

A escola de samba Mancha Verde apresentou o enredo “Do nosso solo para o mundo: o campo que preserva, o campo que produz, o campo que alimenta”. A escola ressaltou a importância da agricultura e da preservação com carros e fantasias luxuosos, narrando a força do campo, a produção de alimentos e a relevância da preservação ambiental, com um ângulo diferente: através do Orixá Oko. Até o samba ganhou tons sertanejos, com elementos musicais como a sanfona.

Com um desfile colorido, a Mancha passeou pelas colheitas brasileiras. Com alas dedicadas à soja, ao café, ao cacau, ao milho e à pecuária, com bois, galos e porcos, a escola ressaltou a riqueza da agricultura nacional. Algumas alas revisitaram também a história e a religiosidade, como o que retratava os jesuítas e o ciclo de exploração e o que simbolizava a devoção a São José, a quem os agricultores pedem a chuva para regar as plantações. O desfile também mostrou o sincretismo religioso do país, abrindo com um carro que representava o Olubajé, banquete oferecido ao orixá Omolu, e encerrando com um carro que retratava a Santa Ceia.

Silvia Grecco esteve com o filho Nickollas no desfile da Mancha Verde pelo quarto ano seguido. “Não deixa de ser uma emoção todas as vezes. Não vejo a hora de chegar nossa vez”, conta, ansiosa. Ela diz que o Carnaval tambem é para pessoas com deficiência. “A gente sabe que as pessoas com deficiência podem tudo. [Podem estar] No palco, na plateia, no estádio e até na passarela do samba […] Carnaval é uma festa popular para todas as pessoas. Se é para todas as pessoas, tem que ser para pessoa com deficiência.

Viviane Araújo, que desfila pela escola há 18 anos, veio toda de verde, com um chapéu de fazendeira cheio de brilho. Algumas musas da escola vieram vestidas de inseto, com asas e antenas, complementando a fantasia da ala das baianas, que surgiram vestidas de abelhas para “polinizar” a escola de samba. Paulo Serdan, presidente da Mancha Verde, admite que a disputa pelo Grupo Especial está acirrada. No entanto, ela acredita que a escola teve um bom desempenho. “Passamos bem pra caramba. Apesar de uma coisinha ou outra ao longo do caminho, mas isso é o Carnaval.”

A Mancha Verde corre atrás de seu terceiro título no Grupo Especial. Fundada em 1995, a Mancha Verde, ligada à torcida organizada do Palmeiras, tem sede na Barra Funda, zona oeste da capital. Bicampeã, conquistou títulos em 2019 e 2022. No ano passado, beliscou o caneco, mas acabou perdendo para a Mocidade Alegre, numa disputa emocionante. A diferença entre as duas escolas foi de 0,1 ponto.

 

Canal AgroRevenda

 

Papo de Prateleira

 

Newsletter

Receba nossa newsletter semanalmente. Cadastre-se gratuitamente.