14 de maio de 2021

Lançamento do Instituto Agroambiental reforça sinergia Produtiva e Ambiental

“Conectar a dimensão ambiental e produtiva é a mais nobre missão do Instituto Agroambiental Araguaia”. Estas palavras sintetizam o propósito da criação pela Liga do Araguaia do Instituto, ocorrido no final de abril, dia 29, em evento virtual com a participação do ex-ministro e indicado ao Prêmio Nobel da Paz, Alysson Paolinelli, o escritor Jorge Caldeira e o pecuarista Caio Penido. As aspas acima foram ditas por José Carlos Pedreira de Freitas, coordenador executivo do Instituto que, em sua interlocução, decretou a falência da cisão entre as dimensões produtiva e ambiental do Agro brasileiro. “Elas não estão separadas. Elas estão absolutamente conectadas, numa permanente sinergia entre a área de produção e os serviços prestados pela área de preservação”, sinalizou o coordenador. Enfatizou que o Instituto Agroambiental Araguaia nasce como porta-voz do Movimento Agroambiental para a sociedade em geral, além de ser o braço administrativo da Liga do Araguaia, movimento de pecuaristas que há cinco anos incentiva a pecuária sustentável no Estado do Mato Grosso.

Caio Penido, pecuarista e um dos fundadores do Instituto, ao abrir o evento, lembrou a importância de uma agenda positiva comum baseada no Código Florestal e na realidade de que o Brasil tem mais de 60% de sua vegetação nativa preservada, grande parte dentro das fazendas. “Eu acredito em uma conservação remunerada aliada a uma produção sustentável, pois nosso produto carrega essa biodiversidade”, afirma Penido que pretende reunir todos pelo orgulho da produção de alimentos com conservação.

Há trilhões à nossa espera
Com uma visão privilegiada da história do desenvolvimento brasileiro, o escritor Jorge Caldeira disse que “o Brasil está à beira de uma oportunidade igual à época da descoberta do ouro”, referindo-se à valorização de seus ativos ambientais. Sua tese está embasada na nova realidade mundial em que “nove das dez maiores economias do mundo colocaram o carbono neutro no norte de seu planejamento estratégico”. E, segundo ele, o Brasil é o maior instrumento de captura de carbono do planeta, fonte de receita por prestação de serviços ecossistêmicos. Lembrou ainda que no mundo atual, estão disponíveis US$ 70 trilhões, de capital privado, prontos para serem investidos em ESG (Ambiental, Social e Governança). “Estamos inaugurando uma nova era de potencial econômico para o Brasil e um caminho inexorável é transformar a própria natureza em valor econômico”, afirma, enfatizando que isso só será possível com a captura de carbono sistematizada.

A fala vai ao encontro da pauta do Instituto Agroambiental Araguaia, que defende instrumentos que fortaleçam o mercado de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), além de questões como aumento de produtividade com foco na gestão da produção e das boas práticas agropecuárias, com a redução de emissões de gases de efeito estufa e desenvolvimento regional. Homenageado do evento, o ex-ministro Alysson Paulinelli, líder maior da revolução verificada nos últimos quarenta anos na agricultura tropical, afirmou que quer acompanhar a evolução do trabalho de cada fazenda do Vale do Araguaia. Disse que juntas elas representarão o que o Brasil quer oferecer ao mundo, ou seja, “alimentos produzidos de maneira sustentável, saudáveis e bons para toda a população mundial”, lembrando também as tecnologias utilizadas como a Integração Agricultura-Pecuária-Floresta, entre outras além da irrigação. E, completou dizendo que “com o lançamento do Instituto, a Liga do Araguaia prova que quer evoluir e mostra para o mundo um trabalho organizado e a garantia que nossa produção provém de um sistema sustentável”.

Entenda o Instituto Ambiental Araguaia
O Instituto Agroambiental Araguaia, novo braço de operações da Liga do Araguaia, é um movimento de pecuaristas do médio Vale do Araguaia mato-grossense que fomenta a conscientização e adoção de práticas de pecuária sustentável na região. O novo Instituto será o grande responsável pela difusão da abordagem agroambientalista em nosso modelo de desenvolvimento, além de responder pela operação e administração da própria Liga do Araguaia. Entra as empresas apoiadoras da iniciativa estão Elanco, Friboi, Sumitomo Chemical e Zooflora, que escolheram patrocinar esta iniciativa.

Em todas suas iniciativas, a pluralidade é uma marca do movimento Liga do Araguaia, tanto que o grupo responsável pela fundação do Instituto Agroambiental Araguaia é constituído por dez pecuaristas que atuam na região. São eles Alexandre de Cico Annicchino (Fazenda Água Preta), Braz Custódio Peres Filho (Fazenda Sucuri), Caio Penido Dalla Vecchia (Agropecuária Água Viva), Carlos Roberto Della Liberal (Fazenda Paraná), Carmen Maria Bruder da Fonseca (Fazenda Entrerios), Frederico Simioni (Macucão Agropecuária), José Ricardo Lemos Rezek (Agropecuária Rica), Mario Buri (San Carlo Agropecuária),  Raul Almeida Moraes Neto (Fazenda Santa Rita) e Pelerson Penido Dalla Vecchia (Agropecuária Roncador).

Ao grupo inicial de fundadores se agregarão membros plenos e efetivos participantes do movimento Liga do Araguaia, que conta atualmente com 62 fazendas participantes dos seis projetos em andamento ou finalizados pela Liga.

Sobre a Liga do Araguaia
Desde 2015 a Liga do Araguaia lidera um movimento pela adoção de práticas de pecuária sustentável no Vale do Araguaia mato-grossense. Seu objetivo é promover o desenvolvimento econômico e social da região, por meio do aumento da produtividade e renda, respeitando a legislação vigente e os limites dos sistemas naturais. As 62 fazendas que o compõem o movimento correspondem a 149.000 hectares de pastagens com 47.000 hectares em processo de intensificação e um rebanho estimado de 130 mil cabeças. Mais informações em “www.ligadoaraguaia.com.br” ou nas redes sociais @ligadoaraguaia.

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