13 de junho de 2018

Fretes parados causam prejuízo de R$ 15 bilhões

Até o final desta tarde de terça-feira não havia nenhuma informação sobre a questão dos fretes. Oficialmente ainda está valendo a 1a. tabela, mas com valores impraticáveis, e que não é aceita para o fechamento dos contratos. Lideranças de várias áreas da produção brasileira continuam de prontidão, aflitos em busca de uma solução. Um desses técnicos é o coordenador- executivo do Movimento Pró-logística do MT, Edeon Vaz Ferreira, que responde pela movimentação de cargas e transportes do Estado matogrossense. — “Não há solução, ninguém se entende, e, se alguém souber como resolver, que se apresente”, diz Edeon em entrevista ao Notícias Agrícolas ao final da tarde desta terça-feira.

Na segunda-feira as lideranças dos caminhoneiros autônomos, reunidas em Brasília, não compareceram ao encontro marcado com a ANTT para encontrar uma solução para a tabela de fretes. A CNA (Confederação Nacional da Agricultura) entrou com uma ADIN (Acão de Inconstitucionalidade) sobre qualquer tabela que afete o funcionamento do livre mercado no setor de transporte. E também os demais setores produtivos não aceitam a imposição de tabelamento dos preços dos fretes de carga. (veja abaixo):

Por sua vez, os caminhoneiros permanecem irredutíveis em sua posição, ameaçando fazer nova greve caso não consigam um preço justo que dê sustentação para a atividade. Segundo cálculos do ministério da Fazenda, o Páis já perdeu R$ 15 bilhões com a paralisação do mercado. Já os consumidores, assustados com a falta de combustiveis nos postos, mudaram radicalmente de opinião, passando da adesão à completa rejeição ao movimento dos caminhoneiros. — “Podemos ter uma falta de combustíveis nos postos?” perguntou o Notícias Agrícolas ao coordenador do Movimento Pró-Logistica, Edeon Ferreira. Ele respondeu: — Não só isso, como podemos ter falta de comida na mesa dos brasileiros. E quando isso se resolver, o preço dos alimentos que voltarem ao consumo serão a preços extremamente altos”, frisou o coordenadro do Movimento Pró-logística.

Os dados do setor privado que chegam à mesa do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, apontam para um atraso de 11 dias nos embarques do agronegócio. “Deixamos de exportar 450 mil toneladas por dia”, diz o ministro. É o suficiente para carregar 60 navios. Mas, sem carga, eles ficam parados no porto, sujeitos a uma cobrança diária de US$ 25 mil.

O quadro foi confirmado pelo diretor-geral da Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes. “O mercado continua completamente parado. Tem 10 milhões de toneladas já vendidas e paradas no interior e 50 navios de soja ao largo dos portos esperando resolver essa situação para poder embarcar”, disse. Segundo ele, há outros 60 navios chegando aos portos brasileiros e correndo o risco de enfrentar o mesmo problema. Na produção industrial, também há cargas paradas. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), as empresas já enfrentam dificuldades para obter insumos.

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