O IBGE divulgará os dados do PIB do primeiro trimestre deste ano em 30 de maio. Em 2024, a economia brasileira expandiu 3,4 segundo os dados do instituto. Analistas avaliam que uma produção agrícola forte dará sustentação à economia neste início de ano, mas que ela passará a mostrar desaceleração gradual em meio a uma inflação ainda elevada e uma política monetária restritiva que afeta o crédito. Em relação à inflação, o FMI calcula que o aumento dos preços no Brasil ficará em uma taxa média anual de 5,3% este ano e de 4,3% no próximo. A meta oficial de inflação é de 3% em 12 meses com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
O FMI citou em seu relatório as medidas tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e as contramedidas de diversos países como um “importante choque negativo ao crescimento”. O Brasil recebeu a tarifa padrão norte-americana de 10%. O Fundo explicou que, “dada a complexidade e fluidez do atual momento, esse relatório apresenta uma ‘projeção de referência’ com base em informações disponíveis até 4 de abril de 2025 (incluindo as tarifas de 2 de abril e respostas iniciais)”.
O resultado previsto para a economia do Brasil este ano fica em linha com a projeção do FMI para a América Latina e Caribe, após redução de 0,5 ponto percentual na conta para a região em relação a janeiro. Para 2026, o Fundo reduziu a estimativa de crescimento em 0,3 ponto, a 2,4%. Segundo o FMI, as revisões para a América Latina e Caribe se devem principalmente a uma redução significativa na projeção para o crescimento do México, de 1,7 ponto percentual para 2025, para uma retração de 0,3%, e de 0,6 ponto para 2026, para um crescimento de 1,4%.
Isso reflete “uma atividade mais fraca do que o esperado no final de 2024 e início de 2025, bem como o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos, a incerteza associada e as tensões geopolíticas, e um aperto das condições de financiamento”, explicou. As perspectivas para as Economias de Mercados Emergentes e em Desenvolvimento, das quais o Brasil faz parte, também foram reduzidas, em 0,5 ponto percentual para 2025 e em 0,4% para 2026. As contas agora são respectivamente de expansão de 3,7% e 3,9% para o grupo. Isso se deveu a cortes significativos para os países mais afetados pelas recentes medidas comerciais, como a China, cuja projeção agora é de expansão de 4,0% neste e no próximo ano, com cortes de 0,6 e 0,5 ponto percentual, respectivamente.