“É preciso buscar alternativas para manter competitividade diante de barreiras comerciais norte-americanas”, afirma Thiago Oliveira.
A recente imposição de tarifas adicionais pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros impacta diretamente setores estratégicos da economia nacional. As medidas, anunciadas no início de 2025, afetam principalmente a indústria siderúrgica, o agronegócio e manufaturados, exigindo que exportadores brasileiros revisem contratos, adaptem estratégias comerciais e busquem novos mercados para manter a competitividade.
De acordo com Thiago Oliveira, CEO da Saygo, empresa especializada em comércio exterior, as novas tarifas representam um desafio significativo para exportadores que dependem do mercado norte-americano. “É preciso agir rapidamente para minimizar os impactos dessas medidas. A diversificação de mercados e a agregação de valor aos produtos são estratégias fundamentais para superar esse cenário adverso”, afirma.

As tarifas adicionais dos EUA atingem de forma mais intensa três setores brasileiros:
Siderurgia e metalurgia: O Brasil, um dos principais fornecedores de aço para os EUA, enfrenta novas tarifas de até 25% sobre produtos semiacabados. Isso pode reduzir a competitividade da indústria nacional frente aos concorrentes asiáticos.
Agronegócio: Exportadores de carne bovina processada e suco de laranja sofreram aumento de taxas, o que eleva os preços no mercado americano e reduz a atratividade dos produtos brasileiros.
Indústria de manufaturados: Segmentos como autopeças e máquinas industriais também foram impactados, exigindo revisão de estratégias comerciais para manter a viabilidade das exportações.
Com as barreiras tarifárias nos Estados Unidos, as empresas brasileiras buscam ampliar sua presença em mercados alternativos. O Canadá, por exemplo, vem se consolidando como uma opção viável para exportadores brasileiros. Em 2023, o volume de exportações do Brasil para o país cresceu significativamente, demonstrando uma tendência de diversificação comercial.
“O Canadá tem um ambiente regulatório estável e acordos comerciais favoráveis ao Brasil, o que o torna um destino estratégico para exportadores que buscam reduzir a dependência do mercado americano”, explica Oliveira. A União Europeia também se destaca como alternativa, especialmente após o avanço das negociações do acordo entre Mercosul e UE. O bloco europeu representa um mercado sólido para produtos brasileiros, e a redução gradual de tarifas pode abrir novas oportunidades para exportadores.
Além disso, mercados emergentes como Índia e países do Sudeste Asiático vêm aumentando sua demanda por commodities e produtos industrializados, tornando-se alternativas viáveis para exportadores que buscam novas oportunidades comerciais. Diante do novo cenário, Oliveira aponta algumas estratégias essenciais para empresas que desejam manter a competitividade no comércio exterior:
Revisão de contratos e adaptação ao novo cenário tarifário: Empresas que exportam para os EUA devem renegociar contratos e avaliar a viabilidade de manter operações no mercado norte-americano.
Diversificação de mercados: Ampliar a presença em países como Canadá, Europa e Ásia pode compensar a perda de competitividade nos EUA.
Investimento em valor agregado: Produtos com maior tecnologia embarcada e diferenciação podem ser menos impactados pelas tarifas, já que a concorrência passa a ser pautada por inovação, e não apenas por preço.
Exploração de acordos comerciais estratégicos: Utilizar tratados como o Acordo de Livre Comércio entre Mercosul e União Europeia pode ajudar a reduzir custos e ampliar oportunidades.
O Brasil precisa reforçar sua presença no mercado internacional e acelerar sua adaptação às mudanças comerciais globais. “O momento exige agilidade e visão estratégica das empresas exportadoras. Aqueles que conseguirem diversificar mercados e agregar valor aos seus produtos sairão fortalecidos desse cenário desafiador”, conclui o CEO da Saygo.
Sobre a Saygo – A Saygo é uma holding brasileira especializada em comércio exterior, formada pela unificação da Proseftur Assessoria em Comércio Exterior e da Zebra Corretora de Câmbio. Com mais de 23 anos de experiência, a empresa oferece soluções integradas para importadores e exportadores, abrangendo assessoria em operações internacionais, serviços cambiais e desenvolvimento de tecnologias para otimização de processos globais. Seu compromisso é auxiliar empresas a ingressarem e expandirem suas atividades no mercado internacional, proporcionando estratégias inovadoras e suporte especializado.