A Entringer, empresa que atua há 28 anos no segmento de armazenagem, é fruto da persistência de José Roberto Entringer que, depois de trabalhar como chefe de armazém e comerciante de máquinas agrícolas, resolveu montar seu próprio negócio, em 1988, de olho na oportunidade que enxergava no segmento de beneficiamento de grãos.
Nos primeiros anos, a empresa, instalada em Assis (SP), atuou realizando manutenção em equipamentos usados, mas em 1992 iniciou fabricação própria, com a produção de secadores, elevadores, transportadores, máquinas de limpeza e silos armazenadores. “Oferecemos soluções completas de pós-colheita para pequenos, médios e grandes produtores, cerealistas e cooperativas”, diz Carolina Entringer Gava, diretora-executiva da empresa e filha de José Roberto. A Entringer é também, há dois anos, parceira no Programa de Pontos da Bayer, por meio do qual oferece o serviço de consultoria na área de armazenagem.
Ao longo das últimas décadas, a Entringer ganhou destaque no mercado nacional produzindo secadores de grãos inovadores, que usam tecnologia desenvolvida e patenteada pela própria companhia. São três modelos com capacidade que varia de 15 toneladas por hora a 250 toneladas por hora. A empresa desenvolveu também um sistema para captação de fagulhas que impede que as faíscas da fornalha que abastece os secadores cheguem ao interior deles. Este equipamento adapta-se a qualquer modelo comercial de secador. “A secagem é fundamental, pois é a partir dela que conseguimos um produto de boa qualidade para a armazenagem e industrialização”, conta Carolina.
Incorporação
O bom desempenho da Entringer no Brasil, principalmente na área de secadores de grãos, chamou a atenção de gigantes internacionais que atuam no segmento de armazenagem. Em março, após meses de negociação, a empresa foi incorporada pela Ag Growth Internacional (AGI), uma das líderes mundiais na produção de equipamentos para manuseio e armazenagem de grãos, com 17 unidades de produção em diversos países do mundo.
O atual cenário político e econômico do País não afetou os planos da AGI, que tem feito aquisições estratégicas a fim de se tornar referência mundial em produtos inovadores para o segmento agrícola. Deixar de ser uma empresa familiar foi motivo de orgulho para a Entringer. “Vamos manter nossa marca e crescer de maneira estratégica no mercado nacional e internacional”, diz Carolina, que, assim como o pai José Roberto, permanecerá na diretoria da empresa.
Demanda reprimida
A capacidade estática de armazenamento no Brasil é deficitária e se situa em torno de 146 milhões de toneladas, para uma colheita estimada em 209 milhões de toneladas na safra 2015/2016. A recomendação da FAO (braço agrícola da Organização das Nações Unidas – ONU) é de que a capacidade estática de um país seja de 1,2 vez a sua produção agrícola anual. Neste contexto, o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer, mas o cenário atual de crise econômica tem represado os investimentos do setor. “Apesar de notarmos que o agronegócio está capitalizado, percebemos que há uma dependência dos recursos do governo. Como eles estão mais escassos, os investimentos no setor desaceleraram”, avalia Carolina.
Ela explica que atualmente a expectativa do mercado é quanto ao Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), contemplado no Plano Safra, que será anunciado em junho. No Plano Safra 2015/16 a linha contou com recursos da ordem de R$ 3 bilhões e taxas de juros oscilando entre 7,5% e 10%. “Esperamos que a renovação do programa traga novos investimentos para o setor”, diz.
Carolina lembra que investir em armazenagem é uma solução eficiente para o produtor. “O silo é o cofre da propriedade, pois possibilita ao agricultor melhores condições de conservação dos grãos e a extensão da comercialização para além do pós-colheita”, alerta.
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