O Projeto Halal do Brasil, iniciativa da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), abriu inscrições para um curso sobre exportação para países muçulmanos. Com início previsto para 15 de julho, a formação visa capacitar empresários a colocar produtos em nações de maioria islâmica, discutindo as características essenciais desses mercados, além de aspectos práticos de processos de comércio exterior.
A programação terá discussões sobre a certificação halal exigida nesses mercados, que garante ao consumidor muçulmano ser um dado produto fabricado em respeito a suas tradições culturais. O conteúdo também vai tratar de estratégias de inserção, cases de empresas atuantes na região, marketing de produto e os principais perfis de consumidores.
“É essencial para as empresas que nunca trabalharam com este mercado que entendam a importância de seguir as regras e as normativas halal. Com isso, abrem-se oportunidades de negócios em mais de 57 países, ampliando a participação brasileira nas categorias de valor agregado, sem deixar de lado a posição competitiva que temos nas commodities”, diz Tamer Mansour, CEO e secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.
O executivo destaca que o mercado de consumo muçulmano é formado por 1,9 bilhão de pessoas em todo mundo, a maioria a viver nos 57 países da Organização para Cooperação Islâmica (OCI), além dos Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha, que abrigam grandes comunidades islâmicas, com demanda recorrente por produtos alinhados a suas tradições culturais, especialmente alimentos.
O Brasil já participa desse mercado desde o fim dos anos 1970, quando começou a trocar frango de padronização halal por petróleo com a Arábia Saudita na esteira da Crise do Petróleo, tornando-se ao longo dos anos o maior exportador de carnes de frango e bovina halal em todo mundo, apesar da sua diminuta população muçulmana.
A participação brasileira no mercado de alimentação halal, no entanto, ainda é prevalente em produtos básicos, como carnes, grãos, açúcar e cereais, realidade que o Projeto Halal do Brasil quer mudar, estimulando empresas a adotar a certificação e ampliar os embarques de alimentos e bebidas de valor agregado que requerem o selo para países muçulmanos.
A iniciativa conta com ações de promoção em feiras especializadas em produtos halal, além de apoio e incentivo a empresas para a aquisição da primeira certificação. As inscrições para o curso serão comercializadas na plataforma Twygo.