2 de agosto de 2011

Congresso de Marketing Rural mostra, do campo à mesa, tudo que envolve a alimentação

Lívia Barbosa, diretora de Pesquisa do Centro de Altos Estudos da ESPM

A comida tornou-se um fato social total do ponto de vista político e ético, segundo Lívia Barbosa, diretora de Pesquisa do Centro de Altos Estudos da ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing, que falou sobre As Tendências da Alimentação Contemporânea, na quarta-feira, 27 de julho, no 8º Congresso Brasileiro de Marketing Rural e Agronegócio. Do campo, onde o alimento é produzido, até o prato, exatamente até o momento em que vai ser ingerido, vários fatores interferiram na refeição.

Desde as boas práticas agrícolas, bem como os cuidados com a saúde, através da ingestão de alimentos saudáveis, leis de proteção ao consumidor, rastreabilidade, até mesmo os cuidados e a decoração da mesa e o prazer em cozinhar, entre outros, são componentes da refeição que o cidadão faz em casa, lanchonetes, bares e restaurantes.

Lívia Barbosa apontou como as principais tendências, ou seja, as principais exigências para a produção de uma boa alimentação, a saudabilidade e bem estar, prazer e sensorialidade, valor de origem, ética e sustentabilidade, praticidade e qualidade.

Assim, surgem duas tendências, a nutricional ou tradicional e a holística (sou o que como). “Antigamente, dieta era para doente, para tratar alguma doença. Hoje, é para evitar a doença, há um restabelecimento da relação íntima entre dieta e saúde”, explicou.

Ela enfatizou o estilo de vida contemporâneo, onde não há tempo para cozinhar e mesmo cometendo-se falhas na alimentação, atualmente, a ênfase maior é no alimento e não na comida e que a palavra-chave, agora, é nutrientes.
Em pesquisa realizada em 10 estados brasileiros sobre o que o brasileiro come e o que ele come que, aliás, serviu de suporte para os estudos de Lívia Barbosa, 70% dos entrevistados declararam que fazem uma alimentação saudável, porém, pecam ao usar excessivamente gordura e sal, mesmo mantendo o arroz e o feijão. Constatou-se, também, que é baixo o consumo de verduras e legumes.

As mudanças de hábitos impostas pelo ritmo das pessoas fizeram com que surgissem novas exigências dos consumidores, focadas principalmente na sustentabilidade e bons hábitos na cadeia produtiva. Ao mesmo tempo, segundo Lívia Barbosa, a comida está de volta à mesa, está havendo uma valorização do comer como uma atividade lúdica e prazerosa, uma recusa à monotonia da alimentação cotidiana, uma gastronamização da alimentação, a transformação do comer em lazer.

Ela destacou outros fenômenos, como: a estetização da cozinha, isto é, decoração e utensílios; cozinhar como lazer; cozinhar como hobby; cozinhar como estilo de vida; cozinhar como sedução, etc. E um fato interessante, surgem os novos donos da cozinha, os homens, também considerados novos consumidores, pois se interessam por novidades, temperos, entre outros. “A mulher no restaurante e o homem cozinhando em casa. Há, ainda, os gourmets, os foods e os gastrosexuais, o homem fetichano a cozinha”, concluiu.

O 8º Congresso Brasileiro de Marketing Rural e Agronegócio, realização da ABMR&A – Associação Brasileira de Marketing Rural & Agronegócio, aconteceu dias 27 e 28 de julho, em São Paulo, no Transamerica Expo Center, durante as feiras de negócios AGRINSUMOS Expo&Business e INDUSPEC Animal Expo&Business, promovidas pelo Grupo Informa.

Fonte: Assessoria de Imprensa Grupo Publique

Canal AgroRevenda

 

Papo de Prateleira

 

Newsletter

Receba nossa newsletter semanalmente. Cadastre-se gratuitamente.