30 de março de 2016

Coamo aprova plano que prevê aporte de R$ 1 bilhão em 4 anos

José Aroldo Gallassini, presidente da Coamo: “Estamos bem capitalizados”
A Coamo, maior cooperativa agropecuária da América Latina, com sede em Campo Mourão (PR), aprovou ontem em assembleia geral extraordinária um plano para investir R$ 1 bilhão nos próximos quatro anos. O carro-chefe será uma nova esmagadora de soja em Dourados (MS), que deverá absorver mais da metade do aporte previsto, mas o valor também inclui novos entrepostos de recebimento de grãos e a modernização da estrutura administrativa e operacional de dezenas de unidades.

O pacote representa uma aceleração nos investimentos da Coamo, tendo em vista que o último programa aprovado do gênero pela cooperativa foi em 2013, e previa R$ 465 milhões em três anos.

“Apesar da crise que o país vive, a Coamo vem bem capitalizada e tem feito investimentos sempre com muito sucesso”, disse José Aroldo Gallassini, presidente da Coamo. A cooperativa fechou 2015 com uma receita de R$ 10,66 bilhões, 22,8% acima de 2014. Foi também no ano passado que a Coamo inaugurou sua mais recente unidade industrial: um moinho de trigo em Campo Mourão, que processa 500 toneladas por dia.

Agora, a partir de um investimento de R$ 535 milhões, a nova processadora de soja em Mato Grosso do Sul poderá esmagar 3 mil toneladas por dia – capacidade semelhante à unidade mantida pela Coamo também em Campo Mourão. No mesmo complexo industrial será construída uma refinaria de óleo de soja, com capacidade para 720 toneladas diárias. “A decisão ocorreu em função do grande volume de recebimento que temos no Estado, e poderemos atender o Sudeste e o Sul do país com a comercialização direta do óleo refinado e do farelo de soja”, detalhou.

Das 7 milhões de toneladas de grãos recebidas anualmente pela Coamo, entre 15% e 20% vêm de Mato Grosso do Sul. Atualmente, os volumes originados no Estado têm de ser encaminhados às unidades da cooperativa em Campo Mourão e Paranaguá (PR), seja para industrialização ou exportação. E, segundo Gallassini, “os volumes recebidos de soja e milho safrinha em Mato Grosso do Sul vão crescer com os novos entrepostos”.

Os associados aprovaram a criação de três novas unidades da cooperativa, nos municípios de Sidrolândia e Itaporã, ambas em Mato Grosso do Sul, e em Engenheiro Beltrão, no Paraná. Cada uma deve absorver em torno de R$ 40 milhões.

Outros R$ 154 milhões devem ser direcionados às instalações no porto de Paranaguá, para aumento da capacidade de recebimento e estocagem na indústria de esmagamento de soja que a Coamo mantém no local. Conforme Gallassini, a capacidade de armazenagem da cooperativa no porto passará de 170 mil toneladas para pouco mais de 230 mil. “Teremos ainda duas correias com capacidade de 2 toneladas/hora ligada no corredor de exportação”, disse.

O pacote da Coamo contempla, ainda, melhorias nas indústrias de Campo Mourão e Paranaguá, além de obras de modernização em 25 entrepostos no Paraná, em Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, para agilizar o recebimento da produção. No total, a Coamo tem 28 mil associados e 112 unidades de recebimento.

De acordo com Gallassini, a maior parte do investimento será financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com prazo de pagamento de dez a 15 anos. Os trabalhos de terraplanagem já começaram no novo entreposto em Engenheiro Beltrão. Já em Dourados, o projeto ambiental da nova indústria está em andamento, e uma vez aprovado, a previsão é que a unidade fique pronta em três anos.

Por Mariana Caetano | De São Paulo

Fonte : Valor

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