16 de julho de 2023

Ciclone causa prejuízos em criações de animais no RGS

Suinocultores e bovinocultores leiteiros tiveram que remanejar animais que estavam em estruturas que desabaram ou foram destelhadas pelo vento

Com a passagem do ciclone extratropical pelo Rio Grande do Sul, que teve seu pico na quarta-feira e quinta-feira passadas, o setor de proteína animal sofreu estragos causados pela chuva e ventania. A Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado informou que os valores ainda não foram contabilizados. No caso da suinocultura, o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador, fala que as regiões Norte e Noroeste do Estado, locais onde há concentração de granjas de suínos, foram afetadas. “Ainda não temos um número exato, mas houve, sim, a destruição de alguns galpões de suínos e também de gado de leite, do tipo free stall. É uma região forte na suinocultura, grande polo de suinocultura. Pelo que eu tenho de informações, há alguns pavilhões destelhados, outros de forma mais intensa, praticamente destruídos”, disse. Folador ainda explica que, no caso da suinocultura, apesar dos estragos, isso não deve afetar de maneira geral a produção do Estado, mas precisou haver um trabalho de realocação de animais em outras granjas que não haviam sido destruídas pela ventania, chuva ou granizo.

Da mesma forma, no caso da bovinocultura de leite, as vacas precisaram ser removidas dos galpões que sofreram estragos e serem levadas para outras propriedades, não apenas pelo abrigo, mas também pelo trabalho de ordenha que é necessário ser feito. Sobre o setor avícola, a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) informou que os prejuízos e danos causados estão sendo contabilizados, e que na próxima semana dados mais concretos podem ser informados.

Nacir Penz possui uma propriedade de produção de leite em Humaitá, na região de Celeiro, no Noroeste do Estado, mas que não foi afetada pelo ciclone. Ele, que também é vice-presidente de Finanças da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando) relata que cerca de 300 animais naquela área tiveram que ser realocados para outras propriedades. “Tenho uma dezena de amigos que tiveram suas propriedades atingidas, seja com danos leves ou completamente destruídas. Como a relação com a comunidade é muito grande, estamos correndo para alocar os animais, arrumar alimentos para serem ofertados às vacas, e também para que elas sejam ordenhadas, já que esse trabalho precisa ser feito duas ou três vezes ao dia. Se a ordenha não for feita, elas podem ficar doentes ou até morrer”, disse. Penz afirma que são prejuízos que vão se estender para os próximos anos porque são animais de ciclo longo, e se houver inflamação nas glândulas mamárias, não se aproveita o leite. “O prejuízo tem uma herança no futuro”, pontuou. Sobre prejuízos, o diretor executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), Darlan Palharini, detalha ainda que “um animal produtivo está avaliado entre R$ 12 a R$ 20 mil reais, e em um momento em que todos os setores do agro estão em crise, seria uma perda significativa. O produtor hoje também precisa colocar em seus custos estas coberturas de seguro”.

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