28 de novembro de 2018

Bezerras não colostradas corretamente morrem mais

Os dados de 2018 do programa Alta CRIA, desenvolvido pela Alta Genetics, apontaram que bezerras com falha de imunidade passiva (menor do que 5,5 g/dL) tiveram 16% de mortalidade e maiores frequências de diarreia. Os resultados deste ano foram apresentados em encontro anual que contou com a presença de pesquisadores, técnicos e produtores, e aconteceu na sede da empresa em Uberaba (MG). Foram avaliadas 51 propriedades em todo o país, totalizando mais de 12 mil dados coletados de janeiro a outubro de 2018.

Segundo o coordenador do programa, Rafael Azevedo, o principal índice observado foi a relação entre a qualidade, tempo e quantidade de colostro oferecido, com a incidência de doenças e mortalidade das bezerras. “Do total de propriedades, 30% alegaram não fazer avaliação da transferência de imunidade passiva do colostro, o que nos mostra uma janela ainda mais preocupante, já que não temos nenhum parâmetro da avaliação desses animais”, explica Azevedo. “Por outro lado, dos 70% que avaliam – por diversos métodos – 11% do colostro fresco fornecido ás bezerras estava com qualidade média ou ruim”, acrescenta.

Avaliação de transferência de imunidade passiva também apontou que nesses casos de colostro de baixa qualidade o percentual doenças aumentou. Abaixo de 5,5 g/dL a diarreia e a mortalidade atingiram 48%, ao passo que na proteína sérica igual ou maior do que 5,5 g/dL a taxa de ambos caiu para 31%. Segundo estudo, as principais doenças citadas durante o período de aleitamento foram: diarreia e pneumonia, sendo que as maiores frequências ocorrem entre segunda e quinta semana de idade.

Além disso, o Alta CRIA também avaliou a relação das doenças com o ganho de peso ao desaleitamento. No caso do gado Holandês, quando não há registro de diarreia a média é de 832 g/d, mas esse valor pode cair para 656 g/d – perda de 176 g/d – se houver um ou mais casos no rebanho. O mesmo acontece com a pneumonia, onde a queda no ganho de peso diário pode chegar a 107 g/d com um ou mais casos.

“Tudo está relacionado, colostro de baixa qualidade pode ocasionar mais doenças nas primeiras semanas de vida. Ao mesmo tempo, essas doenças reduzem o ganho de peso diário das bezerras, que vão impactar diretamente na produção e na expressão genética desses animais”, explica Azevedo.

O fornecimento de colostro de qualidade aos recém-nascidos é a principal forma de passagem de imunidade passiva. Ao nascerem, os bovinos não possuem o sistema imune maturo e são incapazes de produzir anticorpos para os desafios do ambiente externo. Entretanto a colostragem adequada, respeitando tempo, quantidade e qualidade ideais, ainda é um desafio. Mas, “hoje os produtores já possuem ferramentas que auxiliam nesse processo, como o colostro em pó bovino 100% natural que pode substituir ou enriquecer o colostro bovino”, destaca Azevedo. As fazendas que tem utilizado nessas técnicas apresentaram excelentes resultados a campo, com a redução de doenças e melhora no ganho de peso diário.

“Sabemos que respeitar os três pilares da colostragem: tempo para o fornecimento (imediatamente após o nascimento ou em até 6 horas após o parto), qualidade do colostro (>50g/L de anticorpos) e a quantidade ingerida (fornecimento de no mínimo 100 g de anticorpos ou a quantidade de colostro referente a 10% do peso corporal ao nascimento), não é fácil. Mas, precisamos avançar nesse cenário e garantir bezerras cada vez mais saudáveis no futuro, por isso, o colostro em pó bovino pode ser um grande aliado nesse processo”, acrescenta o coordenador do programa.

Alta CRIA – O projeto Alta CRIA coleta e gerencia os principais dados zootécnicos na fase de cria na pecuária de leite. Com o levantamento – fruto de questionários aplicados aos produtores e pelo envio de dados – é possível definir estratégias, realizar benchmarking, comparar resultados, além de ser um banco de dados valioso para o desenvolvimento de pesquisas no setor.

Os resultados gerados pelo programa são constantemente contrastados com o Padrão de Criação Ouro (Gold Standards), desenvolvido pela Associação de Bezerras e Novilhas de Leite dos Estados Unidos (DCHA), com propósito de avaliar o desempenho das fazendas de leite no Brasil.

Os conselheiros e participantes do Alta CRIA também possuem acesso a um grupo de comunicação rigoroso, onde são discutidos temas focados em pesquisa e manejos com bezerras leiteiras. “O projeto nasceu da necessidade de levantarmos um panorama de como estava a criação de bezerras leiteiras no país, em diferentes sistemas de produção. A partir desses, podemos traçar parâmetros de produção e orientar o criador da melhor forma possível”, conclui Azevedo.

Sobre a Alta Genetics – A Alta Genetics é líder no mercado de melhoramento genético bovino do mundo. Com matriz localizada em Calgary, no Canadá, atua em mais de 60 países com nove centrais de coleta: Brasil, Estados Unidos, Canadá, Argentina, Holanda e China. Com 20 anos de história no Brasil, a empresa está sediada na cidade de Uberaba/MG, e tem como missão orientar pecuaristas sobre a melhor maneira de usar a genética aliada ao manejo, nutrição, ambiente, gestão e todos os processos para garantir um animal com todo o seu potencial genético. O compromisso da Alta é criar valor, entregar o melhor resultado e construir confiança com seus clientes e parceiros, em busca do desenvolvimento da pecuária. Mais informações no website: http://www.altagenetics.com.br.

Fonte: Assessoria de Imprensa

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