Variáveis de estímulo ao cultivo de soja, como preço e clima, se mostram dominantes, segundo consultoria que atua em mais de 50 países.
A área dedicada ao cultivo de soja na América do Sul e a produção do grão devem atingir patamares recordes na safra 2024/25. Esta é a projeção da Datagro, consultoria agrícola que atua há mais de 40 anos, em mais de 50 países. A primeira estimativa mostra que a área deve atingir 71,409 milhões de hectares, 4% superior ao recorde anterior, quando a região plantou em 68,669 milhões de hectares, com base na estimativa revisada.
“A exemplo da safra anterior, os produtores da região devem ter evolução praticamente homogênea de incrementos da área semeada, com aumentos na grande maioria dos países do bloco. Apenas com estabilidade no Uruguai”, diz trecho do relatório da Datagro Grãos.
Pelas variáveis que influenciam o preço da commodity, analistas concluem que o cenário é favorável ao plantio. “Apesar da nova mudança no patamar para baixo, os produtores de soja ainda estão obtendo preços razoáveis na temporada atual. De um lado, a oferta global voltou a crescer, apesar das perdas em alguns países. Mas de outro, a demanda global manteve números consistentes”, conclui outro trecho do relatório.
O relatório cita também a redução nos custos de produção, com queda nos preços globais de defensivos e fertilizantes, e o “estímulo limitado” ao cultivo do milho, com queda de preço da commodity maior que da soja. A Datagro diz também que a safra atual, bem menor que o esperado, segurou a queda de preços no mercado futuro da CBOT.
No caso da Argentina, a provável redução ou eliminação das “retenciones”, taxação que afeta competitividade dos produtores argentinos, deve favorecer o aumento na renda dos agricultores. Com aumento de área e o rendimento geral, a América do Sul deve produzir 237,851 milhões de toneladas na safra 2024/25. O volume, pela projeção, seria 10% maior que os 216,647 milhões de toneladas da safra anterior.
Já a produtividade média esperada para a América do Sul, segundo a Datagro Grãos, superaria o recorde atingido em 2019 de 3.251 kg/ha, passando a 3.331 kg/ha. Esse desempenho superaria em 6% aos 3.155 kg/ha da safra 2023/24.
“Considerando a projeção inicial de preços externos provavelmente abaixo dos observados em 2021, 2022, 2023 e 2024 o desempenho do rendimento médio será fundamental para garantir renda positiva aos produtores”, resume o relatório.
Safra de soja no Brasil – A área dedicada à soja no Brasil deve crescer 2%, passando de 46,3 milhões para 47,0 milhões de hectares. A Datagro Grãos lembra que se esta projeção se confirmar, o país terá o 18º ano consecutivo de crescimento de área dedicada ao cultivo.
“Essa área cresceria especialmente em cima das pastagens, com a substituição para agricultura, ou pela integração lavoura x pecuária. Em áreas de milho da primeira safra. E, em menor grau, pela abertura de novas áreas”, elenca.
Com isso, o potencial inicial dos sojicultores é atingir 167,1 milhões de toneladas, um crescimento de 11% sobre a safra 2023/24, estimada atualmente em 150,0 milhões de toneladas.