Painéis destacaram oportunidades econômicas, combate ao crime ambiental e os desafios tecnológicos da transição verde.
A menos de um mês da COP30, Belém (PA) recebeu o Fórum Esfera Internacional, que reuniu autoridades, especialistas e representantes do setor privado para discutir o legado da conferência e o papel estratégico do Brasil na agenda climática global. O governador do Pará, Helder Barbalho, destacou a importância simbólica de sediar o evento “no coração da floresta”, ressaltando que o desafio vai além da realização da COP: o objetivo é transformar a biodiversidade amazônica em oportunidades de negócios sustentáveis, como o Parque de Bioeconomia da Amazônia e um futuro “vale de biotecnologia” regional.
A pauta de segurança também ganhou destaque. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, defendeu uma ação coordenada internacionalmente para combater o crime organizado, comparando-o a fenômenos globais como as mudanças climáticas. O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, citou a redução de 63% nos alertas de queimadas e o uso de satélites e aeronaves na proteção ambiental.
Além do debate ambiental, o evento abordou desafios tecnológicos, como o impacto da inteligência artificial no consumo de energia e na governança pública. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ressaltou o potencial do Brasil em atrair investimentos para data centers movidos a energia renovável, anunciando ainda o primeiro leilão de baterias de armazenamento elétrico, previsto para 2026.
A necessidade de unir inovação e inclusão social também foi destacada. O cofundador da CUFA (Central Única das Favelas), Preto Zezé, alertou para a urgência de envolver as populações mais vulneráveis nas decisões sobre a crise climática. “É impossível discutir soluções sem quem vive os impactos na mesa”, afirmou. Outros temas em pauta incluíram a importância do saneamento básico para a sustentabilidade, com destaque ao contrato firmado pela Aegea Saneamento no Pará, e o papel do turismo sustentável, que deve atrair até 10 milhões de visitantes estrangeiros até o fim de 2025, segundo o ministro do Turismo, Celso Sabino.