ABAG defende neutralizar carbono e combater fome ao mesmo tempo

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2024.06.28-Abag---Ingo-Ploger---Workshop-ABREN

“A fome a miséria não podem ser aceitas em nossa sociedade, o que significa que as urgências sociais nos impulsionam a trabalhar de forma conjugada a prioridade ambiental com a responsabilidade social e econômica”, afirmou Ingo Ploger, vice-presidente da ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio), durante a solenidade de abertura do 3º Workshop Diálogo UE-Brasil, promovido pela Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (ABREN), no dia 26 de junho, em Brasília.

De acordo com Ploger, por conta dessa necessidade – e considerando a diferença de realidades entre os hemisférios Norte e Sul –, o G20 (grupo que reúne os países com as maiores economias do mundo) precisa avançar em uma pauta ambiental diferenciada, dentro da responsabilidade social, que precisa ser resolvida com urgência. “O Brasil é protagonista na exportação de alimentos para o mundo e não é possível ter fome por aqui”, afirmou.

O workshop abordou a redução de metano na agricultura e nos setores de resíduos urbanos, por meio da produção sustentável de biogás e biometano. Nesse sentido, Ploger avaliou a importância do tema, pois o metano é gás de efeito estufa (GEE), que aumenta a temperatura global. Contudo, ele ponderou que é preciso tratar de forma diferente o metano de origem fóssil e não fóssil (biometano).

Um exemplo citado por ele é o etanol, que é obtido de matéria-prima que tem origem no processo fotossintético, produzindo oxigênio, capturando carbono e, por ser endotérmico, reduz o calor. “Ao olhar o ciclo do etanol, percebemos os benefícios na redução do impacto ambiental”, destacou.

Ploger destacou também a importância de posicionar melhor os ativos ambientais existentes no país e a necessidade de endereçar, de maneira correta, o tratamento do biometano, com o uso, por exemplo, de tecnologias europeias para contribuir com a transição energética. Tratou também sobre o fato de o Brasil apresentar em seu balanço de GEE, divulgado pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), um passivo acima de 1 bilhão de toneladas de carbono advindo da agricultura, sendo a maior parte devido ao metano, atribuída a ruminantes.

Porém, essa métrica do metano atribuída ao rebanho bovino apresenta controvérsias científicas. O professor da Universidade de Oxford (Inglaterra), Myles Allen, analisa que não é possível tratar os ruminantes como se fossem uma petroleira, pois eles já estão neste círculo natural a milênios e se alimentam de biomassa. Assim, na COP30, espera-se que uma nova metodologia para o biometano, que contemple estes fatores da realidade do tema, em base cientifica reconhecida, sejam apresentadas pelo Brasil.

A solenidade de abertura do 3º Workshop Diálogo UE-Brasil contou ainda com as participações de Marian Schuegraf, embaixadora da União Europeia no Brasil; de Waldez Goes, ministro da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR); dos senadores Zequinha Marinho (vice-presidente da Frente Parlamentar da Agricultura) e Marcelo Castro (coordenador da Câmara Temática de Energia); dos deputados Arnaldo Jardim, Daniel Almeida e Socorro Neri, e de Eduardo Corrêa Tavares (secretário Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional).

A Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) foi criada em 1993 com o objetivo de estabelecer dentro do agronegócio brasileiro uma organização no processo de desenvolvimento sustentável, aproximando o setor, e todos os seus stakeholders, da economia nacional e internacional. É a única associação que congrega todos os elos da cadeia, do campo à indústria, distribuição e serviços, sendo fundamental para o fortalecimento do sistema agroindustrial e das relações com o governo, iniciativa privada, entidades de classe e instituições de ensino. Com mais de 75 associados e uma forte presença no calendário de eventos do agronegócio, a ABAG traz também informações através de palestras, entrevistas, debates, fóruns, congressos, workshops e feiras, que são fundamentais para o avanço do mercado e de nossos profissionais.

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