A Sociedade Hípica Paranaense, com sede em Curitiba, suspendeu todas as competições de hipismo e fechou suas instalações até segunda ordem por causa da confirmação de dois casos de herpes equina. Os animais contaminados são duas éguas, sendo que uma delas foi a óbido. Ambas haviam participado de uma competição em São Paulo, o CSI-W Longines São Paulo Horse Show, na Sociedade Hípica Paulista, nos dias 20 a 25 de agosto.
Parte dos animais da hípica paranaense que competiram em São Paulo foi colocada em quarentena de 28 dias. Essa é uma das medidas adotadas pela entidade de Curitiba e reforçada pelas organizações que representam o hipismo brasileiro, que alertam para a gravidade da situação. A Confederação Brasileira de Hipismo emitiu comunicado afirmando que está em contato com os órgãos competentes federais e estaduais para definir medidas sanitárias.
A entidade orienta que todos os animais em trânsito no país sejam inspecionados quando de sua chegada, com a realização de controle de temperatura e exame clínico. “Casos suspeitos de doença infectocontagiosas devem ser imediatamente isolados, assim como os demais animais que viajaram com eles, devendo ser realizados exames complementares”, diz a nota assinada pela Diretoria Veterinária da confederação.
Os casos registrados nos animais em Curitiba são do Equine Herpesvírus (EHV) subtipo EHV-1 (Equine Herpesvírus tipo 1). A mieloencefalopatia Herpétic (EHM) é a doença neurológica causada pelo vírus. Começa normalmente com febre e pode evoluir para fraqueza muscular, descoordenação, retenção de urina e paresia. Em casos mais graves, provoca paralisia, sinais encefálicos e morte.
A gravidade do surto se dá principalmente pelo fato de o vírus ser altamente contagioso. A transmissão ocorre pelo contato direto dos animais, por aerossóis e por meio do contato indireto com superfícies ou objetos contaminados. A doença não é uma zoonose, portanto, não há risco de transmissão para humanos.
“Neste momento, quando existe o risco de disseminação da doença, é fundamental analisar a temperatura de todos os cavalos continuamente e assim isolar animais com febre, com sinais neurológicos e ou com histórico de contato com animais doentes”, reforçam em comunicado as professoras Andressa Batista da Silveira Xavier e Erica Azevedo Costa, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Foi a UFMG que analisou as amostras dos animais e confirmou os casos positivos da doença no Paraná.
Hípicas de todo o país estão avaliando se adiam e cancelam provas. A Federação Equestre do Rio de Janeiro já anunciou o adiamento de quatro competições de seu calendário. A Federação Paulista de Hipismo informou o cancelamento, ao menos por enquanto, de três provas: Paulistão de Amazonas, o Campeonato Paulista (ambas de salto) e a Taça São Paulo de Adestramento.