Em 2020 a indústria de produtos pet (levando em consideração alimentos, medicamentos e acessórios) deve faturar R﹩ 26,6 bilhões, crescimento de 16,8% em relação a 2019, já descontada a previsão para a inflação que está em 2,5%. Os números são da Abinpet – Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação. O valor previsto leva em consideração os números de janeiro a setembro de 2020. Pet food representa 75% da receita; pet vet, 18% e pet care, 7%. Os dados não levam em conta as movimentações de serviços gerais, serviços veterinários, venda de animais ou transações gerais do varejo. Para o pet food, a projeção para este ano indica um crescimento de 21% no faturamento e 9,1% no volume, em comparação ao ano de 2019. Em contrapartida, os custos para indústria devem aumentar em mais de 60% neste ano, o que evidencia descompasso na relação faturamento/custo. Essa disparidade afeta o preço do quilo do produto para o consumidor final.
Assim, dólar, exportação e restrição de abastecimento das commodities para o mercado interno – além do aumento expressivo nas exportações de insumos (commodities) – impactaram de maneira intensa os preços e o faturamento das indústrias de pet food.
Por isso, o histórico de aumento no faturamento não reflete, necessariamente, crescimento real do setor. A variação alia-se à mudança de hábitos de compra do consumidor, que migra de uma linha premium para uma básica, configurando assim a desaceleração do setor pet em função do cenário econômico atual. Soma-se a isso a alta carga tributária (para pet food, produto mais procurado, é 54,2% sob o valor total), fazendo com que o crescimento real do setor seja baixo ou mantenha a indústria estagnada. Mercado externo | De janeiro a setembro de 2020, as exportações do mercado pet brasileiro somaram US﹩ 195,9 milhões (FOB). Em valores da média do dólar em 2020 (R﹩ 5,03) isso representa R﹩ 985 milhões, a previsão é de alta de 8% para 2020 em relação a 2019.
Em 2020, as importações do 1º semestre caíram 2,5% em relação ao mesmo período de 2019 fechando em US﹩4,8 milhões (FOB). O total de janeiro a setembro foi de US﹩ 6,8 milhões (FOB). O segundo semestre iniciou-se com uma leve alta de 2,11% em relação ao mesmo período de 2019. As exportações brasileiras do setor cresceram no ano passado (2019). Foram exportados R﹩ 295,11 milhões (FOB) em 2019, alta de 13% em relação a 2018. Pet food representou 83,79% desse valor, seguido por animais vivos (7,96%); acessórios (máquinas, aparelhos de pesagem, etiquetas, etc., com 6,16%); e pet care (1,83%). Importações efetuadas pelo mercado brasileiro chegaram a US﹩ 8,7 milhões até dezembro do último ano, representando alta de 16% em relação ao ano anterior (2018).
A Abinpet desenvolveu a ferramenta de coleta de dados mais confiável do mercado: o Painel Pet, que é mantido atualizado por dados e informações enviados pelos integrantes do setor. Em 2018, o faturamento da Indústria Pet chegou aos R﹩ 20,3 bilhões. É cada vez maior a participação desse setor na economia nacional e, por isso, é parte relevante do agronegócio: cerca de 73,9% do faturamento é proveniente dos produtos para nutrição animal, cuja composição é 95% agropecuária, com ingredientes como milho, soja, arroz, trigo e carnes de aves, bovinos e peixes. Todos os produtos da indústria de alimentos e medicamentos veterinários são fiscalizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), na Secretaria de Defesa Agropecuária (DIPOA e Vigiagro).
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