9 de novembro de 2020

Cresce abandono por causa do coronavírus!

Em tempos de pandemia, mais donos de pets estão se desfazendo dos seus outrora melhores amigos e dobrando o risco de doenças na população animal e humana Já se passou um semestre desde o início da andemia de coronavírus e muita gente ainda acredita na possibilidade ou tem medo sem fundamentação de que cães e gatos transmitam o vírus. Além de corte de gastos e de pura negligência de donos irresponsáveis, esse é o motivo mais forte para um quadro de abandono dos outrora melhores amigos do homem.

Essa situação é confirmada por organizações não governamentais, pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária e até mesmo pela SaferNet Brasil, que monitora conteúdos que violam direitos na internet. “Eu vivo em Uberaba, no Triângulo Mineiro. No meu bairro, há praças, um bosque e, nas adjacências, existem também matas de reserva de APP (Áreas de Preservação Permanente). Em nosso caminho, é fácil dar de cara com animais que aparentemente foram abandonados. Normalmente, cachorros que até vêm ao nosso encontro ou gatinhos bem novinhos. Aqui tem dois abrigos de protetores. São duas chácaras que ficam no mesmo bairro. Como eles não têm mais espaço, os cachorros são jogados nas ruas. Famílias inteiras amanhecem por lá e nos resta colocar água, ração e postar fotos em redes sociais para alguém ir recolher. É de cortar o coração!”, conta nossa editora Márcia Benevenuto.

Buscando informar e amenizar o receio das pessoas com relação à transmissão da Covid-19 por cães e gatos, replicamos no Falando de Bichos um artigo técnico da médica-veterinária Juliana Trigo, produzido e exibido no programa Amigo Pet da Ourofino Pet, com apresentação da jornalista Juliana Matthes.

COVID-19 x Coronavírus canino e felino / Por Juliana Trigo, médica-veterinária, Ourofino Pet

A humanidade está vivendo momentos difíceis por conta da pandemia de Covid-19 provocada pelo vírus SARS-CoV-2, conhecido como coronavírus. Cães e gatos também são acometidos por um tipo de  oronavírus e, por isso, alguns tutores estão receosos, com dúvidas se podem adquirir o SARS-CoV-2 dos pets. Está comprovado que o coronavírus dos pets não infecta os seres humanos, ou seja, a coronavirose dos cães e gatos não é considerada uma zoonose. O coronavírus apresenta uma diversidade muito gran de de hospedeiros: bovinos, cães, gatos, cavalos, suínos, morcegos e até camundongos, incluindo os seres humanos.

Porém, devemos destacar que existem diferenças consideráveis entre eles e são específicos para cada espécie de hospedeiro. É por isso que o coronavírus do cão e gato não infecta humanos. O coronavírus mais importante dos cães é o entérico, capaz de provocar uma enterite leve. O quadro pode se agravar se o cão também estiver infectado com o parvovírus, provocando uma severa gastroenterite. Segundo especialistas, existem mais duas espécies mutantes deste coronavírus entérico, que não são comuns: um que acomete pulmões, rins, intestinos e é de alta letalidade; e outro relacionado a uma doença respiratória denominada tosse dos canis.

No caso dos gatos, existe um coronavírus entérico restrito aos intestinos, causador de diarreia, mais comum em filhotes, principalmente quando vivem em grupo com outros gatos. Outro coronavírus que acomete os felinos é o causador de uma doença denominada PIF (Peritonite Infecciosa Felina) que provoca febre, vômito, perda de apetite, diarreia, convulsões, podendo levar o animal facilmente ao óbito. Mesmo com todas essas informações, como o SARS-CoV-2, causador da Covid-19 é um vírus pouco conhecido, segundo a World Small Animal Veterinary Association (Global Veterinary Community) e a OMS (Organização
Mundial da Saúde), indica-se que as pessoas positivas para a Covid-19 não tenham contato muito próximo com seus pets. Isso porque alguns vírus podem sofrer mutações e se adaptar a diferentes espécies com o passar do tempo.

Mais Orientações
O abandono acarreta prejuízos para a saúde pública e eleva os riscos de focos de outras doenças, já que sem cuidados preventivos ou profiláticos essa população pode desenvolver diversas zoonoses, como Raiva, Leishmaniose, Esporotricose, Verminoses, Cinomose, Parvovirose, além de ficar vulnerável a infestações por parasitas, como pulgas e carrapatos, que provocam doenças severas e letais como a Erliquiose. E ainda pode aumentar a população de rua, já que muitos não são castrados e se reproduzem livremente. Por fim, com um número maior de animais nas ruas, os humanos estão suscetíveis a acidentes automobilísticos e a ataques aos seus pets e a pessoas de suas famílias.

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