25 de maio de 2019

Workshop APCS – A Suinocultura moderna é outra!

Evento em Campinas (SP) teve auditório lotado e discutiu o atual padrão de sanidade suína e os reflexos na cadeia produtiva.

A suinocultura atual avançou demais, exige investimentos frequentes e o Brasil precisa ser mais atuante para se alinhar com as granjas mais produtivas, protegidas e modernas do mundo. Essas foram as principais conclusões obtidas nesta sexta-feira, dia 24, em Campinas (SP), durante a quarta edição do “Workshop & Bate Papo – APCS | CSP”, tradicional evento promovido pela Associação dos Criadores de Suínos de São Paulo (APCS).

O evento é dirigido a gerentes, encarregados e proprietários de granjas filiadas à associação e ao consórcio. O tema desta jornada foi “A sanidade suína e seus reflexos na cadeia produtiva”, tratado em quatro palestras de profissionais renomados do segmento. “Certamente, este tema é o que mais impacta o nosso setor na interface que mantém com a sociedade e o comportamento dos consumidores”, destacou na abertura o presidente da APCS, Valdomiro Ferreira Junior.

Mariel Neves Tavares, da Basetto Agro, abriu as apresentações, falando sobre as atuais tecnologias no mundo para cuidar da sanidade animal. Ela é médica veterinária, especialista em Gestão e Inovação na Indústria Animal, tendo atuado mais de seis anos na Seara – JBS. “O Brasil está num bom patamar de qualidade nesse assunto, mas a evolução das exigências e o próprio sistema produtivo pedem pesquisas, investimentos e busca de informações constantemente”, alertou. Já Maria Nazaré Lisboa, da Suiaves, tratou de “O uso de antibióticos: custo e benefícios na suinocultura”. Médica Veterinária, Mestre em Sanidade e Produção Suína, Consultora em Produção e Sanidade Suína, e atualmente concluindo doutorado na Universidade de Murcia, Nazaré afirmou que os antibióticos são uma arma excelente no combate às doenças, mas vai ser utilizado cada vez mais com cuidado e pontualmente.

“Hoje, a tomada de decisões nas granjas em questões de sanidade nasce a partir de um conjunto excepcional de dados, graças à informatização. A produtividade avançou demais e o sistema produtivo mudou por causa das exigências em Bem Estar Animal. Precisamos conviver com esta realidade e fazer os investimentos necessários”, pontuou. A professora, pesquisadora e consultora avaliou que o Brasil ainda investe pouco nas granjas quando os temas são atualização de sistemas e modelos de gestão. “No mundo todo, os produtos diferenciados são melhor remunerados, mas exigem novos padrões dentro das granjas. Nossa missão é cada vez mais promover a saúde. O mundo mudou e exige investimentos constantes em sanidade, BEA e qualidade dos produtos alimentícios”, complementou Nazaré Lisboa.

Após a parada do café, Alessandro Crivellaro, da Agroceres Multimix, discorreu sobre “Cuidados no dia-a-dia de uma granja para ter um rebanho saudável”. Alessandro é médico veterinário, especialista em Suinotecnica e Patologia Suína, e Nutrição Animal. “Os cinco pilares da produção de carne privilegiam a saúde preventiva, o uso correto de vacinas, uma ótima ambiência, instalações que privilegiam o bem estar animal e controle absoluto da Sanidade”, orientou. Para ele, o ideal é procurar um equilíbrio entre os pilares Genética, Nutrição, Sanidade, Manejo e Ambiente. “E temos que ficar atentos às mudanças e nos antecipar diante das novas tendências”, acrescentou.

Maurício Padredi Martani, da Topgen, encerrou a manhã de palestras com a apresentação “As doenças que podem chegar ao Brasil e seus impactos”. Maurício é fiscal agropecuário e atua na Superintendência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) no Estado de São Paulo. Ele destacou as principais enfermidades que acometem os suínos no mundo – como PRRS, Peste Suína Africana, Diarreia Suína Epidêmica (PED), e como começaram as infestações em todos os continentes.

Também detalhou como funcionam os procedimentos de Biossegurança em todos os níveis no Brasil, as regras para importação de suínos e como funciona o trabalho da Estação Quarentenária de Cananeia, ponto de entrada dos suínos importado pelos criadores e pelas empresas do país. “Se continuarmos trabalhando bem em biossegurança, o Brasil vai viver um ótimo momento no setor. Temos um panorama promissor para a cadeia produtiva. As exportações devem continuar aumentando e os preços internos já reagiram bem”, examinou.

Na sequência, os palestrantes e o público participaram de um debate sobre todos os temas, com a presença extra do Diretor da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ariel Antonio Mendes, que resumiu a atuação da entidade para melhorar as vendas externas da carne suína e de frango, além de melhorar a imagem de nossas proteínas no cenário internacional. Outro assunto que ganhou corpo foi a preocupação de todos para que o Brasil faça uma vigilância severa sobre granjas,  divisa de estados, fronteiras e portos e aeroportos. Para evitar as doenças mais devastadoras, como Gripe Aviária e Peste Suína Africana. “Granja não é lugar de visitas. E se for, é primordial fazer quarentena”, pediu Ariel Antonio Mendes. Depois, os participantes ainda tiveram um almoço especial, à base de carne suína. Na parte da tarde, a APCS e o Consórcio promoveram um bate papo exclusivo com os gerentes das granjas presentes.

“Nosso workshop ainda teve o prazer de poder anunciar que um companheiro produtor do Estado vendeu mais de duzentos animais com a arroba a R$94. É uma notícia importante depois de vivermos uma crise e prejuízos pelos menos nos últimos 18 meses”, comemorou o presidente da APCS, Valdomiro Ferreira Junior. Ferreira também afirmou que os criadores paulistas, mesmo com dificuldades, permanecem investindo nas granjas e cumprem fielmente toda a legislação. “Sem falar que somos a única suinocultura que sofre auditoria independente”, completou. E ainda alertou que o setor deve permanecer produzindo com garra e determinação. “Independentemente do crescimento nos embarques, não vamos nos esquecer que o mercado paulista adquire 900 mil toneladas por ano, bem mais do que os recordes que possamos bater nas exportações por causa dos casos de PSA na China”, frisou.

A primeira edição do Workshop & Bate Papo da APCS e do Consórcio foi realizada em fevereiro e tratou do tema “A Suinocultura e o Meio Ambiente”. No segundo encontro, em março, o assunto foi “Fábrica de ração em uma granja de suínos”. O terceiro, no mês passado, tratou do “O mercado da Cadeia Produtiva da Carne Suína”. O próximo Workshop & Bate Papo vai ser realizado no dia 28 de junho e o tema ainda não foi definido.

A sede de todos os encontros é no Hotel Premium, que fica na Rua Novotel, 931, no Jardim Nova Aparecida, em Campinas (SP). E as inscrições sempre são feitas pelo site www.apcs.com.br

Fonte: APC | CSP

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