20 de março de 2024

The Lab 2024 seleciona Traive e Folio para projeto de biológicos

As empresas brasileiras estão entre os 10 projetos selecionados pela entidade global de finanças climáticas e contarão com uma mentoria de sete meses junto a instituições financeiras e de impacto

 As brasileiras Traive, empresa de tecnologia e infraestrutura financeira agrícola, e a Folio, organização sem fins lucrativos para geração e disseminação de conhecimento em grãos orgânicos, foram selecionadas na edição 2024 do Global Innovation Lab for Climate Finance (The Lab), programa de aceleração de soluções financeiras inovadoras para mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Intitulada Growth Next-Generation Agriculture (GAN), a solução leva as finanças agrícolas a um novo patamar ao redefinir a avaliação de risco através da análise de crédito baseada em IA, quebrando barreiras das metodologias tradicionais.

Na prática, o GAN pretende ajudar empresas ligadas à agricultura regenerativa – indústrias de bioinsumos, fertilizantes organominerais e plantas de cobertura, por exemplo – a ter acesso a mercado por meio de um novo design tecnológico de crédito que permita acelerar o seu crescimento e processo de go to market. No Brasil, cerca de 80% dos insumos são vendidos a prazo ao produtor, demandando da indústria uma expertise financeira para além de seu “core business”.

“O centro desta inovação está em um conjunto tecnológico robusto adaptado para a agricultura, apoiando o processo de análise de crédito e avaliando dinamicamente os critérios de elegibilidade”, diz Maurício Quintella, Chief Business Officer da Traive. “A adaptação da agricultura aos desafios climáticos passa pelo acesso competitivo ao financiamento. Esse é nosso objetivo: promover a transição através de uma nova geração de empresas com alto crescimento para o desenvolvimento de um novo modelo produtivo que será responsável por mais um período de protagonismo da agricultura tropical”.

Idealizada no ano passado a partir de lacunas no acesso ao crédito identificadas pela Traive, o GAN iniciou no trimestre passado operações pontuais com produtores de grãos e algodão e indústrias de insumos biológicos. A intenção, com o reconhecimento do The Lab e a parceria com a Folio, é aperfeiçoar a tecnologia, identificar novas empresas, quantificar o impacto ambiental das soluções regenerativas no solo e ampliar o seu uso nas principais praças agrícolas.

Com a premiação, Folio e Traive contarão com uma mentoria privilegiada de sete meses junto a instituições financeiras e de impacto para o aprimoramento do mecanismo, testes de estresse e feedbacks dos maiores especialistas e investidores globais. “Essa nova agricultura que está acontecendo no Brasil pode inspirar outros produtores a partir da tecnologia tropical, e o desenvolvimento de mecanismos financeiros para a indústria regenerativa é um dos principais desafios”, acrescenta Luis Barbieri, idealizador da Folio. “O Gan é uma solução financeira para a transição no campo”.

 

Segundo Barbieri, o impulsionamento da agricultura regenerativa através de um novo design de operações de crédito, replicável em demais solos tropicais, foi um diferencial importante que colocou o GAN na lista de soluções escolhidas nesta edição, que conta com outra iniciativa brasileira relacionada ao financiamento para a preservação de florestas.

 

As duas iniciativas compõem um grupo total de 10 projetos, o maior número já contemplado pelo The Lab, vinculado ao Climate Policy Initiative (CPI), baseado em San Francisco (EUA) e com escritórios regionais em Washington, Londres, Rio, Nova Delhi e Jacarta.
“Os membros do Lab entendem que as duas ideias brasileiras são inovadoras e têm alto potencial de implementação e capacidade de mobilizar investimentos privados. O Growth Next-Generation Agriculture (GAN) vai contribuir para o sequestro de carbono, reduzir a emissão de emissões no setor agrícola e aumentar a resiliência a eventos climáticos extremos. Já o Amazon Food&Forest Financing Initiative busca financiar a preservação florestas, reduzindo emissões provenientes do desflorestamento e aumentando o estoque de carbono por meio do restauro florestal,” disse Phillipe Kafer, líder do programa regional do Global Innovation Lab for Climate Finance no Brasil.

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