Presidente Jair Bolsonaro participou da inauguração do trecho São Simão (GO) – Estrela D’Oeste (SP). Investimentos de R$ 711 milhões feitos pela concessionária tornam operacional obra que começou nos anos 1980.
A Rumo, maior concessionária de ferrovias do País, inaugurou nesta quinta-feira (4) a Ferrovia Norte-Sul (FNS), trecho São Simão (GO)-Estrela D’Oeste (SP). Em cerimônia realizada no Terminal de São Simão na manhã de hoje, a empresa deu início à operação desse trecho, que se torna uma realidade após mais de 30 anos do início das obras da ferrovia, em 1987, no governo José Sarney (1985-1990). O terminal é uma sociedade entre a Rumo e a empresa goiana Caramuru Alimentos, que já têm uma sólida parceria no TXXXIX, em Santos (SP).
Estiveram presentes o presidente da República, Jair Bolsonaro; o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas; o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni; o vice-governador de Goiás, Lincoln Tejota; o prefeito de São Simão, Assis Peixoto, além do presidente dos conselhos de administração da Cosan e da Rumo, Rubens Ometto; do presidente da Cosan, Luis Henrique Guimarães; e do presidente do Conselho de Administração da Caramuru, Alberto Borges de Souza. Em discurso, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmou que seu governo vem trabalhando para que a iniciativa privada possa investir no Brasil. “O que a iniciativa faz é melhor, mais rápido e lucrativo”, disse Bolsonaro. “O modal ferroviário estava esquecido por década. Outras realizações virão com a Rumo e outras empresas. Nosso trabalho é destravar esses processos”, completou o presidente.
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, destacou que, ao longo dos pouco mais de dois anos da atual gestão, 41 ativos foram concedidos à iniciativa privada, envolvendo uma soma de R$ 60 bilhões em investimentos. Disse ainda que os empresários voltaram a confiar no Brasil, ressaltando que os valores da outorga foram antecipados pela Rumo (em setembro de 2020, a concessionária pagou R$ 2,3 bilhões antecipados, referência a 59 prestações dessa concessão, além de R$ 2,8 bilhões referentes à Malha Paulista). “Por que uma empresa antecipa uma outorga? Porque ela está confiando num projeto e sobretudo porque ela confia no Brasil”, assinalou o ministro da Infraestrutura.
Segundo o vice-governador de Goiás, Lincoln Tejota, o início da operação nesse primeiro trecho da ferrovia será importante para escoar a produção do estado, estimada em 13 milhões de toneladas de soja. “A expectativa é que nossa competitividade aumente. Sabemos que esse terminal vai possibilitar que toneladas de grãos cheguem ao Porto de Santos com preço melhor, competitividade e que o agronegócio possa continuar exercendo um papel de destaque.”
De acordo com o presidente dos conselhos de administração da Cosan e da Rumo, Rubens Ometto, nos últimos seis anos, a Rumo possibilitou o crescimento de 50% no volume de grãos transportado pelo modal ferroviário. “Avanço ainda maior se deu no volume de contêineres movimentados por trens, que foi superior a 100% desde o início das nossas atividades em 2015. É uma realidade hoje a movimentação de produtos que, até muito recentemente, não se poderia imaginar que fossem levados por ferrovia”, disse Ometto.
“Não pararemos por aí, senhor Presidente. Precisamos estender a Ferronorte, sonho do saudoso Olacyr de Moraes, e levá-la ao centro de Mato Grosso e a capital Cuiabá, em um investimento de mais de R$ 10 bilhões para que todo o Centro-Oeste esteja bem atendido por ferrovias e integrado ao centro da economia do país. Peço aqui um voto de confiança: temos condições, e demonstramos isso nos últimos anos, de realizar esse investimento na velocidade que o Brasil precisa”, afirmou.
“O Terminal de São Simão receberá cargas de Goiás, Mato Grosso e Triângulo Mineiro e, com sua eficiente operação, aumentará a competitividade do agronegócio nessas regiões, além de contribuir para o desenvolvimento socioeconômico de São Simão, de Goiás e do Brasil”, disse o presidente do conselho de administração da Caramuru, Alberto Borges de Souza, sobre o terminal que está entrando em operação.
Hoje, Goiás é o grande polo gerador de cargas da Malha Central. A Rumo optou por começar sua operação pelo sul do estado, onde ficam as cidades de São Simão e Rio Verde. O estado goiano tem um perfil de “esmagador”, produzindo farelo de soja para atender tanto o mercado interno quanto o externo. Em função disso, os terminais operarão com grãos e farelo. Ambos serão “bandeira branca”, o que garante o acesso de diversos clientes do setor agrícola. Em linha com sua política de ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa), a Malha Central contribuirá com a sustentabilidade na matriz de transporte de carga. A partir da previsão de volume a ser transportado em seu primeiro ano de operação, a Norte-Sul será capaz de evitar a emissão de 370 mil toneladas de CO2 (na comparação com a movimentação das mesmas cargas pelo modal rodoviário).
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