17 de junho de 2019

Rally da Safra: sucessão de fatores positivos garante cenário ideal para milho

Segunda safra obtém resultados em condições muito melhores que as do ano passado.

As três últimas equipes do Rally da Safra 2019 passaram boa parte de maio e junho avaliando as lavouras de milho safrinha e confirmaram a produção recorde que deve chegar a 74,6 milhões de toneladas. Mais importante, porém, é como a safra atingiu esse resultado. O plantio antecipado nesta temporada e o clima adequado durante praticamente todo o período de desenvolvimento das lavouras ajudaram bastante, mas o fundamental mesmo foi a disposição dos produtores em investir mais nas lavouras, tanto em aumento da área plantada como na tecnologia utilizada.

Isso é comprovado, por exemplo, pelo aumento no número de plantas por hectare constatado em quase todas as regiões. Dificilmente os produtores teriam investido tanto se não tivessem comercializado, de forma antecipada, uma parcela bastante significativa da produção. Em conjunto, cinco fatores – aumento de área, calendário de plantio, boas condições climáticas, alto investimento e a segurança proporcionada pelas vendas antecipadas – ajudam a explicar o cenário muito próximo do ideal.

“Nunca plantamos milho em condições tão favoráveis”, avalia André Pessôa, sócio diretor da Agroconsult e coordenador geral do Rally da Safra. É uma situação bastante diferente da ocorrida na safrinha passada, quando o plantio atrasou, aumentando o risco e desestimulando os investimentos – sem falar nos períodos secos que ocorreram em 2018 durante as fases de desenvolvimento das lavouras em várias regiões, especialmente no Paraná e no Mato Grosso do Sul.

Exemplo de cenário ideal foi observado pelos técnicos em 2019 no Mato Grosso e em Goiás. A grande safrinha começou a se desenhar no final do ano passado, quando os produtores conseguiram antecipar o plantio da soja, consequentemente adiantando a colheita no início do ano e abrindo espaço para a semeadura do milho dentro de um calendário ideal, de baixo risco. Dali em diante, o clima ajudou. “Chuvas em bom volume e bem distribuídas contribuíram para o ótimo desenvolvimento das lavouras, inclusive as mais tardias. As equipes também observaram aumento considerável na população de plantas e peso de grãos”, afirma Pessôa.

Produtores do Mato Grosso do Sul e do Paraná também estão colhendo resultados favoráveis na safrinha. Devido ao ciclo de desenvolvimento encurtado pela seca que quebrou a produção de soja, o plantio da safrinha foi antecipado. Embora algumas regiões em ambos os estados tenham passado por períodos de seca em abril, a maior parte das lavouras recebeu chuvas em volume e distribuição adequados ao desenvolvimento. Produtores também aumentaram os investimentos em adubação e em controle de pragas e doenças nos dois estados.

Com esse quadro, as lavouras de milho segunda safra apresentaram um salto de produtividade: 100,9 sacas por hectare contra 78,3 no ciclo anterior. A área plantada cresceu 7%, alcançando 12,3 milhões de hectares e a produção aumentou 38% – foram 54 milhões de toneladas na safra 2017/18. Já a produção total de milho chegou a 101,2 milhões de toneladas, contra 80,8 milhões de toneladas na safra 2017/18, com elevação de 25%.
“Os números ratificam o que vínhamos falando há tempos: a safra é recorde e, diante disso, estão os desafios de escoar esse volume, tanto para o consumo interno, como para exportação.

O Brasil encontra-se em um momento interessante. Pela primeira vez ultrapassamos 60 milhões de toneladas de consumo interno de milho e a previsão é chegarmos a 62,8 milhões de toneladas, um crescimento de 5% sobre o ano passado. O desafio maior está nas exportações. Com as dificuldades de plantio da safra americana, sobra mais espaço para o Brasil colocar produto lá fora e, para isso acontecer, teremos que aproveitar as oportunidades que surgirem”, explica Pessôa. As vendas externas devem chegar a 38 milhões de toneladas, conta 24 milhões de toneladas na safra passada.

Equipes em campo – Nesta 16ª edição do Rally foram 12 equipes em campo, das quais nove avaliaram as lavouras de soja até o mês de março. Outras três foram a campo entre maio e junho para verificar as áreas de milho segunda safra. O levantamento aconteceu em 14 estados produtores: Mato Grosso, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Maranhão, Piauí, Tocantins, Rondônia e Pará.

Durante o Rally foram avaliadas 1.784 lavouras (no ano passado foram 1.100) e percorridos 104,5 mil quilômetros. Dez eventos regionais e 32 encontros com produtores para debater as condições da safra brasileira ocorreram no período. Cerca de 3 mil produtores foram contatados. Os trabalhos em campo começaram com a Equipe 1 no dia 14 de janeiro em Sinop/MT. A Equipe 2 visitou as regiões Norte e Oeste do Paraná entre 21 e 23 de janeiro. Depois seguiu para o Mato Grosso do Sul cobrindo toda a região Sul até chegar em Campo Grande/MS, finalizando esta etapa no dia 26 de janeiro.

A Equipe 3 esteve em Goiás para fazer o levantamento no Sudoeste do Estado. A mesma equipe retornou para o Mato Grosso nos dias 31 de janeiro, 01 e 02 de fevereiro para analisar as lavouras na região Sudeste do Estado.
Os técnicos da Equipe 4 retornaram ao Mato Grosso entre os dias 04 e 08 de fevereiro. Os técnicos visitaram as regiões do Médio-Norte (Nova Mutum, Lucas do Rio Verde e Sorriso) e Oeste (Campo Novo do Parecis, Sapezal), avaliando as lavouras de ciclo médio/tardio e finalizaram essa etapa em Rondônia.

Entre os dias 11 e 14 de fevereiro, a Equipe 5 esteve no Nordeste do Mato Grosso, finalizando o levantamento de soja no Estado e seguindo até o Pará. A Equipe 6 esteve em São Paulo entre os dias 17 e 19 de fevereiro e nos dias 20 e 21 no Paraná. O Tocantins recebeu a Equipe 7 nos dias 23 e 24 de fevereiro. Entre 25 e 28 de fevereiro, os técnicos avaliaram as lavouras em Minas Gerais e Goiás.

A Equipe 8 avaliou lavouras de soja no Nordeste e Norte do Brasil nas regiões do Oeste da Bahia, Sul do Piauí, Maranhão e Tocantins entre os dias 11 e 16 de março. Por último, a Equipe 9 visitou áreas na região Sul entre os dias 18 e 23 de março. Na etapa de milho segunda safra, a equipe 10 avaliou as condições das lavouras no Médio Norte e Oeste do Mato Grosso entre os dias 06 e 10 de maio. A equipe 11 esteve no Sudeste do Mato Grosso a partir do dia 13 de maio, seguindo para o Sudoeste de Goiás no dia 15.

A última equipe da expedição foi a campo no dia 3 de junho, no Centro-Sul do Mato Grosso do Sul, encerrando no dia 06 os trabalhos no Oeste e Norte do Paraná. Organizado pela Agroconsult, o Rally da Safra 2019 chega à 16ª edição com patrocínio do Banco Santander, FMC, Corteva Agriscience, OCP, VLI, Amarok / Volkswagen, com apoio da FIESP, Fundação Agrisus e WebMotors.

O trabalho das equipes e o roteiro completo da expedição poderão ser acompanhados pelo site www.rallydasafra.com.br, com informações atualizadas diariamente no www.twitter.com/RallydaSafra e www.facebook.com.br/RallydaSafra

Fonte: Assessoria de Imprensa

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