15 de abril de 2022

Pessoas físicas respondem por 96% das ofertas de Fiagros

Vistos como instrumentos de diversificação, fundos conectam investidores ao agronegócio, um dos setores mais importantes para o PIB brasileiro.

Os Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagros) caíram nas graças das pessoas físicas que buscam a diversificação de seu portfólio. Segundo dados da Anbima, o percentual de investidores individuais detentores das ofertas saltou de 88% em 2021 para 95,8% nos três primeiros meses deste ano. Entre janeiro e março de 2022, as ofertas somaram R$ 1,88 bilhão, considerando tanto as abertas (CVM 400) quanto as de esforços restritos (CVM 476). O valor supera o volume ofertado em todo 2021, que atingiu R$ 1,23 bilhão – o primeiro fundo data de outubro do ano passado.

“Esperamos que os Fiagros ganhem mais tração nos próximos meses, pois são importantes ferramentas de diversificação para o investidor que já tem FIIs, principalmente de papel, e fundos de renda fixa na carteira”, comenta o sócio da MAV Capital, André Ito. Atraiu os cerca de 40 mil cotistas, o fato de os fundos de agronegócio contarem com isenção de imposto de renda e retornos positivos no longo prazo. “Em um cenário de alta de juros e da volatilidade do mercado, além de tudo que temos visto em termos de instabilidade política e guerra, é natural que o mercado se volte para a renda fixa. Dentro dessas expectativas, os Fiagros devem crescer bastante nos próximos meses, por serem ativos que oferecem bons retornos maiores que a média de mercado no médio-longo prazo”.

Ito observa que o forte crescimento da indústria, de 53% quando comparado os três primeiros meses de 2022 com o último trimestre de 2021, está relacionado à conjuntura desfavorável quando do lançamento dos Fiagros. “No segundo semestre de 2021, quando as aplicações estrearam na B3, o Ibovespa desabou 17%”, lembra. No primeiro trimestre deste ano, o Ibovespa registrou alta de 14,48%. Este foi o maior aumento trimestral desde o último trimestre de 2020.

Ao mesmo tempo, os dados macroeconômicos se mostram favoráveis ao agronegócio. O Brasil reafirma seu protagonismo como celeiro do mundo em meio às tensões internacionais, o que deve atrair capital estrangeiro e gerar oportunidades aos investidores. “Deve-se ponderar que a pressão nos custos das commodities terá impacto direto na inflação, afetando também a taxa de juros. Este cenário é negativo para diversos setores, como varejo e indústria. Já o agronegócio, que tem como repassar a alta dos custos diante da oferta internacional reduzida, tende a sofrer menos e manter uma performance positiva”, explica Ito.

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