24 de junho de 2016

“Nova” exclusão digital prejudica avanço de tecnologias no campo

Em debate, especialistas apontaram falta de cobertura de rede como desafio para o setor

De acordo com especialistas, o avanço da produtividade depende de tecnologia (Foto: ThinkStockPhotos)

Ainda existe exclusão digital no campo? Para Luiz Amaral, gerente de Responsabilidade Socioambiental doRabobank, a resposta é “sim”. Mas o fenômeno ocorre de uma forma diferente da popularmente conhecida.

“Não envolve mais ter ou não celular. Agora a questão é qual o tamanho da cobertura de rede no agro”, afirmou Amaral nesta quarta-feira (23/6), na cidade de São Paulo, em um debate promovido pelo Google e pela AgroTools, empresa que desenvolve tecnologias para a produção agropecuária.

O debate sobre as novas tendências no campo também envolveu especialistas de outros segmentos direta ou indiretamente ligados ao setor agropecuário. Além de tecnologia, estavam representantes do setor financeiro, ambientalistas e indústrias de alimentos.

Durante seu pronunciamento, o executivo analisou que esta “nova” exclusão digital é um dos fatores que impedem que algumas tecnologias avancem por mais hectares no Brasil. Caso da coleta de dados via satélite, vista como uma ferramenta de informação para ajudar o agricultor na tomada de decisões.

“Chegamos a uma etapa onde o aparelho celular está mais acessível. Contudo, sem acesso a conectividade, ele perde seu potencial como smartphone”, lamentou o executivo do banco holandês especializado no setor rural.

De acordo com Luiz Amaral, o avanço de produtividade no campo depende do maior acesso à tecnologia da informação, principalmente quando se fala de agricultura de precisão.

“O mundo vive o desafio de aumentar a produção para alimentar 9 bilhões de pessoas até 2050. O crescimento da produtividade é cada vez mais lento e só conseguiremos atingir a meta se investirmos em tecnologia da informação”, diz.

Segundo especialistas, além de permitir ao agricultor o uso de novas tecnologias online, a cobertura digital ajuda a melhorar a gestão do negócio e reduzir custos, já que possibilita administrar fazenda à distância.

A tendência se mostra irreversível. De acordo com um estudo feito pelo Boston Consulting Group, apresentado durante o encontro, até 2030, agricultura de precisão e automação irão liderar as tendências mundiais de inovação no agronegócio.

E, sendo um dos maiores produtores do mundo, com maior capacidade de transmissão de dados, o Brasil pode assumir a liderança no agronegócio digital no mundo. “Eficiência é impossível sem conectividade, seja na gestão de transporte, no consumo ou na lavoura”, defendeu o CEO da Agrotools, Fernando Martins, que já passou por referências na área tecnológica, como a indústria de processadores Intel.

POR GABRIEL LELLIS, COM RAPHAEL SALOMÃO

Fonte : Globo Rural

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