2 de agosto de 2018

New UPL quer comercializar até US$ 1 bilhão no Brasil

Nova corporação surge como quinta colocada do segmento, quer atingir US$ 5 bilhões de vendas no mundo e lançar produtos novos no Brasil para abastecer mercado indiano.

A UPL Limited, uma das principais empresas globais de produtos de proteção de cultivos, e a Arysta LifeScience Inc, anunciaram que agora atuam sob uma nova bandeira, a New UPL, nascida depois de uma negociação avaliada em US$ 4,2 bilhões. E vão posicionar-se como uma das maiores empresas de proteção de cultivos no mundo, com portfólio de produtos inovadores e diferenciados, com capacidade para oferecer soluções completas em defensivos agrícolas, especialidades, biológicos e sementes, desde o plantio até a pós-colheita.

Para dar mais detalhes sobre a fusão dos grupos e as metas do novo empreendimento, os executivos da UPL e Arysta receberam nesta quarta-feira, dia 1, na sede da UPL em Campinas (SP), jornalistas do Brasil inteiro. O encontro reuniu o CEO Global da UPL, Jaidev R. Shroff, Diego Lopez Casanello, CEO da Arysta, Carlos  Pellicer, CCO Global de Estratégia e Inovação da UPL, e Rogério Castro, CEO da  UPL no Brasil.

“Estamos muito animados. Agricultura e segurança alimentar são muito importantes, e o Brasil é celeiro, peça chave nessa questão. Temos uma carteira de produtos espetacular, com sementes e tratamento de sementes, defensivos, produtos pós-colheita. Soluções para enfrentar qualquer desafio das safras. Uma plataforma sólida, com bons preços. Somos competitivos. A Nova UPL está posicionada, chegamos à quinta posição com esta união e permaneceremos investindo em inovação e novas tecnologias. Estamos entusiasmados. O mundo precisa e vai necessitar de alimentos” afirmou Jaidev R. Shroff, líder no setor de produtos químicos e agronômicos, com mais de 30 anos de experiência, além de reconhecido por conduzir a UPL à posição de organização multinacional, com 28 fábricas na Índia, Ásia, Europa, América Latina e América do Norte.

Diego Lopez Casanello, CEO Global da Arysta, também destacou as metas que podem ser obtidas a partir do mercado brasileiro. “Partilhamos da mesma visão e definimos um futuro. Temos complementaridade, foco nos clientes, somos empresas conhecidas. E permaneceremos grandes no mercado. E diferente, tratando ainda melhor os produtores. A nova sinergia vai resultar em maior competitividade. Temos muito a oferecer, uma carteira para chegar à primeira posição rapidamente. Investimos muito no Brasil, com lançamentos de produtos e muita pesquisa. Esperamos muito atender ainda mais o país”, ressaltou o executivo argentino, que é bacharel em Administração de Empresas pela Universidade de Hagen, Hagen, na Alemanha, e dirigiu por mais de vinte anos negócios em diversas áreas da Basf, em quatro continentes.

A UPL Corp espera por sinergias anuais de mais de US$ 200 milhões e aguarda o recebimento das aprovações regulatórias requeridas, que devem estar concluídas até o início de 2019. O CCO Global de Estratégia e Inovação da UPL, Carlos  Pellicer, um dos responsáveis pela integração das duas empresas, garantiu que a fusão vai consolidar o Brasil como plataforma de novas atuações do grupo. “Os valores UPL e Arysta são muito parecidos. É um momento muito interessante. A Nova UPL traz sinergia para quem interessa e paga nossa conta, que é o agricultor. Nosso lema sempre foi ‘o fazendeiro primeiro’. Temos portfólios muito interessantes, complementares, biosoluções. Seremos uma empresa de patentes e pós-patente, com oferta completa. Nossos principais focos são Brasil, EUA, Índia, França, México e Japão. Nestes seis países, teremos uma empresa global efetiva. Porém, manteremos presença estruturada em todos os continentes, como um dos maiores players do mercado mundial. Na maioria dos países, teremos 10% do mercado, em média. Já investimos 500 milhões de dólares desde 2011 no Brasil. E pretendemos investir o dobro em novas unidades, mas estamos aguardando decisões que envolvem o Custo Brasil para, ai sim, erguermos um novo canal. O país pode abrir novas frentes agrícolas, principalmente de grãos que interessam ao mercado indiano”, acrescentou.

A UPL tem sede na Índia e a Arysta, nos Estados Unidos. As empresas decidiram fazer os anúncios sobre a compra a partir do Brasil pela importância do país para o agronegócio mundial. A UPL Limited tem hoje um valor de mercado que alcança US$ 4,6 bilhões e obteve no ano fiscal de 2018 receita operacional de US$ 2,7 bilhões. A UPL Corp é a empresa que lidera as operações internacionais da UPL Limited em todo o mundo. A Arysta é especializada no desenvolvimento, formulação, registro, comercialização e distribuição de defensivos agrícolas para diferentes tipos de cultura e aplicação. Formada pela combinação da Arysta LifeScience Limited, que foi adquirida pela Platform em 2015, e duas empresas adicionais de defensivos agrícolas adquiridas pela Platform em 2014 (Agriphar e Chemtura AgroSolutions, da Chemtura Corporation). Nos últimos doze meses, terminados em março de 2018, teve receita operacional de US$ 2 bilhões.

Para o segundo semestre deste ano, UPL e Arysta ainda mantém atividades em separado, de olho na visão dos agricultores sobre o futuro da Nova UPL e na comercialização que marca os pontos de venda das distribuidoras de insumos agropecuários e cooperativas brasileiras. “Estamos celebrando um marco, momento de motivação e energia. Demoraríamos anos para ter um portfólio completo em diversas culturas. Agora, será bem mais rápido, com serviços efetivos, juntos e mais presentes, numa área maior. Nas revendas e cooperativas, importante canal para ambas as corporações, manteremos os sistemas de trabalho, com equipes, prestação de serviços, atendimento, assistência técnica e logística. Assim como com o nosso cronograma de lançamento de diversos produtos. O importante, agora, é manter o trabalho”, resumiu Rogério Castro, CEO da UPL no Brasil.

Por outro lado, Carlos  Pellicer avaliou como interagir junto aos produtores rurais em um momento intenso de concentração de mercado, empresas, produtos e mudanças de marcas. “Sabemos que marcas e produtos são valores maiores para os produtores rurais brasileiros. Temos vários exemplos, nossos mesmos, conhecidos no país inteiro. Neste momento, não vamos mudar as marcas para manter a conexão com eles. Porém, ao longo do tempo, criaremos novos valores, para um propósito futuro, que valorize nosso novo know-how. Reforçando ainda mais nossa ligação com o agricultor brasileiro”, adiantou. A mesma postura e meta que norteam o CEO global da New UPL, Jaidev R. Shroff. “Nosso principal objetivo é estar bem posicionado, para ajudar os produtores a enfrentar todos os desafios. O futuro vem por ai com muitas tecnologias. A UPL tem mais de quatrocentas patentes e a Arysta possui várias patentes. Temos histórico de passar por muitas fusões e estamos aprendendo a trabalhar equipes e as novas sinergias. Para isto, é necessário ter porte, tecnologia, equipes mais robustas. É um trabalho que leva um certo tempo. Mas temos carteira para hoje, não para o ano que vem. E, ao final, o produtor vai aceitar aquilo em que ele confia”, concluiu.

 

 

 

 

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