13 de março de 2024

Incidência do bicudo-do-algodoeiro cresce 500% no MT

Forte pressão da praga preocupa especialmente nos estados da Bahia e Mato Grosso.

 

Todos os anos, o bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis) causa grande preocupação entre os cotonicultores, já que se trata da praga de maior incidência e detentora de um imenso potencial de dano, que pode dizimar até 90% de uma lavoura de algodão. Contudo, na atual safra, o que era um ponto de atenção se transformou em um grave alerta, pois em algumas áreas produtoras, especialmente no Mato Grosso, a população do inseto aumentou mais de 500%.

Segundo Fábio Lemos, gerente de culturas da FMC, empresa de ciências para a agricultura, as populações mais tardias da safra passada se juntaram aos novos grupos que vieram se multiplicando dentro da soja, o que por fim, está resultando no alto índice do bicudo-do-algodoeiro. “As chuvas se estenderam no ano passado, possibilitando aos cotonicultores fazerem mais carga do algodão no ponteiro, e por consequência, isso favorece ter populações mais tardias do bicudo. Aliado a isso, tivemos uma condição desfavorável para a destruição da soqueira do algodão, então sobrou muita soqueira, além da tiguera, que é uma planta daninha, no meio da soja. Como foi um começo de ano seco, foi complicado fazer esse controle”, comenta.

Outro fator agravante no combate a essa praga é a sua enorme capacidade de reprodução. “A proliferação desse inseto é muito rápida e intensa. Dentro do ciclo do algodão podem ter cinco ou seis gerações de bicudos”, afirma Lemos. Entretanto, há ainda mais um fator que adiciona preocupação: nesta safra, a área de algodão no Brasil cresceu 13%, ou seja, mais terreno para a proliferação da praga. Todas as lavouras vêm sendo impactadas, já que a evolução do bicudo é crescente.

No atual momento, em que a cultura já foi semeada em 100% das áreas, a forma mais adequada de mitigar o problema é por meio do manejo com inseticidas químicos, em área total e bordadura, é o que afirma Lemos. “Na FMC, temos soluções potentes que combatem essa praga de forma efetiva, trazendo resultados excelentes. O inseticida Premio® Star oferece proteção para 50 pragas em mais de 50 culturas, sendo o único produto do mercado que oferece controle simultâneo contra as principais pragas e percevejos. Além disso, oferece ao cotonicultor produtos estratégicos, que disponibilizam confiança, consistência de resultados e tradição, como Malathion® 1000 EC, Malathion® UL e Marshal® Star.

Ainda segundo Lemos, a FMC possui “a plataforma Arc farm intelligence, que é outra solução que auxilia bastante, já que utiliza dados das coletas das armadilhas de bicudo, para visualização do status atual da pressão da praga, seja na fazenda ou através de mapas regionais, conseguindo disponibilizar informações para manejos localizados, rota de entrada, além de disponibilizar a predição da população e pressão da praga com uma semana de antecedência. Assim, o agricultor pode se preparar operacionalmente com estratégias de controle.

Monitoramento revela maior pressão – A plataforma Arc farm intelligence está presente com o monitoramento do bicudo-do-algodoeiro nas regiões do Mato Grosso (Médio Norte, Sul, Vale do Araguaia e BR 163) e Bahia (Oeste baiano) com uma cobertura de área de aproximadamente 2 milhões de hectares e mais de 1,6 mil armadilhas instaladas e monitoradas semanalmente.

Os monitoramentos diários do Arc farm intelligence indicaram forte aumento da pressão de bicudo no estado do Mato Grosso a partir junho de 2023, quando comparado ao mesmo período do ano de 2022. Os dados apresentaram a máxima de 21,6 bicudo/armadilha/dia entre os meses de outubro e novembro de 2023. No Oeste baiano, a pressão de bicudo também teve uma expressiva alta a partir de junho de 2023 em comparação ao mesmo período de 2022, atingindo um pico histórico de 5,9 bicudo/armadilha/dia entre setembro e novembro de 2023.

O quadro acima mostra dados de mais de 1.600 armadilhas de bicudo monitoradas semanalmente nos dois estados pela plataforma da FMC Arc™.

As altas pressões de bicudo registradas entre o final da safra 22/23 e início da safra 23/24 reforçam a importância de redobrar a atenção ao manejo durante todo o ciclo cultura do algodão. O bicudo-do-algodoeiro traz graves problemas à lavoura, afetando diretamente a produtividade do cotonicultor. Trata-se de uma praga exclusiva do algodão, que ataca as estruturas reprodutivas, desde botões florais, flores e maçãs do algodoeiro. Pode chegar a dizimar 90% da produtividade da lavoura, condenando-a quase por completo.

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