11 de janeiro de 2018

Cenário internacional eleva custos de insumos, diz Rabobank

Os produtores de culturas perenes e anuais que ainda têm que comprar os insumos para a safra 2017/18
devem ver seus custos maiores, em relação à safra passada. O mesmo vale para os produtores de grãos
da safra 2018/19, que farão as compras ao longo de 2018. Para a safra de grãos 2017/18, porém, o custo
de produção deve apresentar redução em relação à safra anterior, dado que boa parte dos insumos foi
comprada antes das altas de preços.

Os motivos que levaram ao aumento dos preços dos fertilizantes nos últimos meses começaram a
perder força e o aumento da oferta global deverá manter os preços sobre pressão ao longo de 2018. O
aumento da capacidade de produção – acima do aumento da demanda – continuará motivando a
competição entre os produtores de fertilizantes e, com isso, os preços dos macro nutrientes tendem a
recuar em relação aos níveis do inicio do quarto trimestre de 2017.

Apesar da pressão, a redução de preços dos nitrogenados e fosfatados deverá ser limitada pelo aumento
dos custos de produção de diversas origens. Com isso, será difícil ver os preços chegarem aos níveis
mínimos vistos em 2017, em torno de USD 190/tonelada para a ureia e USD 330/tonelada para o MAP.
No caso dos potássicos, o aumento da capacidade de produção tem sido compensado pelo fechamento
de algumas minas menos eficientes. Dessa forma, o volume adicional ofertado tende a seguir de perto a
demanda, limitando as quedas de preços apenas para momentos de fraca demanda global.

Mesmo com o maior oferta dos fertilizantes pressionando os preços para baixo, não devemos descartar
altas pontuais ao longo do próximo ano. Assim como ocorreu em 2017, a atuação de vários
compradores no mercado ao mesmo tempo ou a sobreposição da manutenção de fábricas podem
elevar as cotaçõesinternacionais, refletindo no mercado interno.

No Brasil, o Rabobank estima que a demanda por fertilizantes em 2018 deve crescer entre 1,5 e
2%, podendo chegar as 34,7 milhões de toneladas. O principal fator desse crescimento é o avanço
da área de soja inicialmente projetado pelo Rabobank em 3% (ver seção de soja). A pressão nas margens
nas culturas de cana-de-açúcar, milho e algodão devem levar a variações marginais das áreas e até
mesmo das taxas de adubação. Com relação ao café, o produtor deverá reduzir a adubação já que estará
indo para o ano de baixa em 2019.

No setor de defensivos, o acirramento da política ambiental chinesa em relação à indústria química em
geral tem resultado no fechamento de diversas fábricas de matérias-primas dos agroquímicos e dos
próprios formulados. Esse país concentra boa parte da produção de defensivos pós-patente (também
conhecidos como genéricos) e a redução da oferta tem elevado seus preços em todo o mundo.

No mercado brasileiro, a indústria tem feito o trabalho de reduzir os altos estoques de defensivos, que
tem persistido nos últimos anos devido ao clima menos favorável à proliferação de pragas e doenças das
últimas safras. Com o estoque balanceado no mercado doméstico e o redução da produção
global, os preços dos defensivos agrícolas devem se manter sustentados no Brasil – ao menos até
um sinal de afrouxamento da política ambiental chinesa.

A demanda de herbicidas e inseticidas tem sido bastante impactada pela crescente adoção de sementes
com mais de um evento transgênico. No entanto, o aumento da resistência de insetos e daninhas tem
devolvido um pouco dessas perdas. O mesmo deve acontecer em 2018. O mercado de fungicidas
continuará bem demandado, ainda mais se tivermos longos períodos de chuvas nas principais regiões
produtoras.

Se por um lado, as novas tecnologias presentes nas sementes têm ajudado os produtores na redução
dos custos com aplicações de defensivos, por outro, os produtores têm visto seus gastos com esse item
pesar cada vez mais no bolso. Para a safra de grãos 2018/19 isso pode ser um fator de pressão nos
preços ou de crescimento limitado da demanda por sementes de maior valor agregado.
A compra de insumos para a safra 2018/2019 já está iniciando e com os custos de fertilizantes e
defensivos apontando ser maiores que os vistos na safra 2017/18.

Ponto de Atenção
• A elevação dos preços de fertilizantes e defensivos pode ter um impacto ainda maior com o
aumento da volatilidade cambial. É importante fazer uma boa gestão dos custos por meio
das ferramentas disponíveis para minimizar os efeitos negativos dessa volatilidade.

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