Controle eficaz dos parasitas é essencial não apenas para a saúde dos animais, mas também para a sustentabilidade e a produtividade das fazendas de pecuária de corte
A chegada do verão e suas temperaturas mais altas, aliadas à alta umidade do ar, acendem um alerta para os pecuaristas. A combinação de chuva e sol cria condições ideais para a proliferação de carrapatos, parasitas que afetam diretamente a saúde dos animais e comprometem a produtividade do setor.
A Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) estima que os carrapatos já são responsáveis por uma perda de 1,7 milhão de toneladas de carne bovina por ano, o que representa cerca de 15% da produção brasileira. Além disso, custos diretos e indiretos para controlar as infestações impactam significativamente na lucratividade dos pecuaristas.
As principais consequências dos parasitas para o rebanho incluem: anemia, perda de apetite, redução do ganho de peso, diminuição da eficiência reprodutiva e aumento da vulnerabilidade a outras doenças, como a Tristeza Parasitária Bovina (TPB). Além disso, os carrapatos são transmissores de doenças como a babesiose e a anaplasmose, que prejudicam ainda mais a saúde do rebanho e podem resultar em uma elevada taxa de mortalidade.
Guilherme Foresti Caldeira, diretor de Categorias da Axia Agro, maior distribuidora e revendedora de insumos agropecuários do Brasil, explica que os pecuaristas devem estar atentos aos sinais que o rebanho apresenta para identificar a infestação de carrapatos com antecedência e agir com rapidez. “A inspeção regular dos animais é fundamental para detecção precoce de infestações. Os carrapatos são frequentemente encontrados em locais como orelhas, pescoço e entre as pernas. Além disso, os animais podem apresentar sinais de fraqueza ou letargia e mudanças comportamentais, como irritação, coçar excessivamente o corpo ou se esfregar em objetos devido ao desconforto, entre outros sintomas”, comenta.
Para o controle dos carrapatos, o especialista menciona dois tratamentos bastante eficazes: a aplicação de acaricidas tópicos e sistêmicos, produtos químicos aplicados diretamente nos animais ou administrados sistemicamente; e os banhos carrapaticidas, efetivos para reduzir rapidamente as infestações em situações agudas. “Fazer a rotação de produtos e seguir rigorosamente as orientações do fabricante em relação à aplicação e dosagem dos acaricidas é primordial para prevenir resistência e assegurar que os tratamentos sejam bem-sucedidos”, complementa Caldeira.
Nos casos em que o controle químico não está sendo eficaz, é recomendado realizar a coleta de carrapatos dos animais e proceder com a elaboração de um ‘Biocarrapaticidograma’, que determinará a real sensibilidade dos carrapatos daquela fazenda aos agentes químicos mais eficientes para o controle.
Adicionalmente, o controle ambiental também tem papel relevante para interromper o ciclo de vida dos carrapatos. Isso inclui manter as pastagens bem manejadas, eliminando áreas de umidade excessiva, e realizar a rotação das áreas. “Importante lembrar que apenas 5% dos carrapatos presentes no ambiente estão nos animais, enquanto 95% estão nas folhagens. Dessa forma, o controle e manejo adequado das áreas de pasto são essenciais para melhoria do equilíbrio”, ressalta o especialista.
Uma estratégia que combine manejo integrado, tecnologia e uso racional de produtos químicos e biológicos pode trazer resultados significativos para a saúde e bem-estar do rebanho e, consequentemente, para a produtividade das fazendas de pecuária de corte. Entre as alternativas em ascensão, destaca-se o uso de produtos biológicos. Novas formulações de inseticidas, aplicáveis nas pastagens e no controle de carrapatos, têm se mostrado cada vez mais atraentes, especialmente pelo menor impacto ambiental.
A Agroline e Casa da Lavoura possuem especialistas capacitados para fornecer orientação e consultoria adequada às necessidades de cada pecuarista, além de uma gama de produtos específicos para o controle de carrapatos. Os produtos estão disponíveis nas lojas da Casa da Lavoura, nos estados de Rondônia, Acre, Amazonas e Mato Grosso, e nas unidades da Agroline, com presença física em Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Pará, além de estarem também disponíveis para venda online.