6 de fevereiro de 2024

Agrogalaxy anuncia ao mercado Axel Labourt como novo CEO

O Agrogalaxy, um dos maiores grupos de distribuição de insumos agrícolas do país, mantém seus planos de reestruturação financeira planejados para 2024 e fazer frente a 2023, um dos anos mais desafiadores na comercialização de produtos agrícolas no Brasil e no mundo pela queda nos preços de grãos. Depois de enxugar os custos, revisar todos os estoques de insumos nos pontos de vendas, alongar dívidas com os fornecedores e fortalecer sua estrutura de capital,  como foi anunciado pela Plataforma AgroRevenda no fim do ano passado, nesta terça-feira de manhã, a corporação informou a todo o mercado que decidiu fechar algumas lojas e redesenhar o quadro das funções administrativas, movimento que iniciou em 2023.

As mudanças incluem a indicação de um novo presidente executivo, com Axel Labourt, atual vice-presidente de operações da companhia, assumindo o cargo no lugar de Welles Pascoal (FOTO INTERNA), a partir de março. “É a conclusão de um processo que começou no primeiro trimestre do ano passado. O objetivo é sermos uma empresa com uma estrutura capaz de atravessar períodos conturbados como 2023 e, talvez, 2024”, afirmou Pascoal em teleconferência com jornalistas. A pandemia e a invasão russa na Ucrânia tumultuaram o mercado global de defensivos e fertilizantes, gerando grandes oscilações de preços. Em 2022, altas expressivas beneficiaram as empresas do segmento, mas no ano passado fortes quedas golpearam os resultados, também prejudicados pelo cenário mais difícil para os produtores de grãos, que enfrentaram problemas climáticos e retração das cotações.

O AgroGalaxy eliminou dois níveis hierárquicos entre o CEO e os consultores técnicos de campo e ampliou de dois para cinco o número de vice-presidentes de negócios, que agora têm mais autonomia. O ajuste gerou uma redução líquida de 80 posições de trabalho, levando em consideração que houve algumas contratações para dar suporte à nova divisão regional. A companhia passou a contar com cinco unidades de negócios: Sul (basicamente Paraná), Sudeste (parte do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais), Cerrado-Oeste (Mato Grosso), Cerrado Leste (Goiás e Mapito) e Mato Grosso do Sul. No total, 14 Estados continuam a ser atendidos. Além disso, a AgroGalaxy continua a ter uma unidade de beneficiamento de sementes.

Nessa reorganização, 19 lojas estão sendo afetadas. Boa parte delas será fechada e algumas estão sendo redesenhadas. Após alongar dívidas no valor de R$ 839 milhões, em setembro, e de anunciar uma injeção de R$ 188 milhões por parte de Fundos de Investimento em Participações Multiestratégia (FIP) geridos pela Aqua Capital, sua controladora, em dezembro, a AgroGalaxy já havia sinalizado a suspensão de sua expansão por dois anos e a redução do número de lojas. Com a conjuntura adversa, a receita líquida da empresa caiu 14,7% de janeiro a setembro de 2023 ante igual período do ano anterior, para R$ 7 bilhões. O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado diminuiu 82,8%, para R$ 60,5 milhões, e houve prejuízo de R$ 442,5 milhões. Os resultados do quarto trimestre do ano passado ainda não foram divulgados, mas as perspectivas para 2024 são melhores, apensar das incertezas climáticas e da persistente queda dos grãos. “Tivemos duas grandes feiras agro neste início de ano, com surpresas positivas. Fechamos muitas operações de barter (troca de insumos por colheitas futuras com os produtores”, disse Labourt. A saída de Welles Pascoal estava prevista desde que ele voltou ao cargo de CEO, no início do ano passado, substituindo Sheilla Pereira Albuquerque.

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