14 de março de 2018

A Força do Boitel do Brasil está garantida

A modalidade de confinamento conhecida como Boitel, em que o pecuarista paga diárias para terminar o animal, vai crescer este no Brasil graças à eficiência alcançada pelos confinadores e o vivo interesse dos produtores. A previsão foi feita nesta terça-feira à tarde, em Guarantã (SP), pelo gestor do Confinamento Ribas, José Ribas, ao Jornalismo do Grupo Publique, durante a segunda tarde de atividades do Road Tour 2018. A comitiva foi recebida, ainda, pelo gerente do confinamento, Marco Bassan, e pelo gerente técnico da Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon), Bruno Andrade, que também participa ativamente da Câmara Setorial da Pecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), do Fórum da Bovinocultura da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) e de outros grupos que analisam o mercado e as potencialidades da pecuária brasileira.

O Confinamento Ribas tem capacidade para confinar cinco mil animais durante um ano inteiro, giro de até duas mil cabeças, e é procurado por pecuaristas de quatro estados. A operação é habilitada para o exigente mercado da União Europeia e trabalha com gado de São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso. Os contratantes enviam lotes de 70 a 140 animais. Machos, na esmagadora maioria, de raças e cruzamentos variados. São trinta e dois currais de 25m x 40m, 75 bovinos em cada um. O sistema tem capacidade para confinar cinco mil animais durante um ano inteiro, giro de até 2.000 animais. Eles passam por manejo sanitário na chegada, recebem identificação e são rastreados. No dia a dia, têm quatro tratos diários, em três tipos diferentes de dietas (adaptação, quarenta dias e terminação), à base de milho triturado, polpa cítrica e farelo de soja. O material orgânico é usado como fertilizante na lavoura de cana-de-açúcar, que também fornece volumoso por meio de dois silos no chão. Depois de cem dias, o bovino sai com 550 kg e ganho diário de peso vivo de 1,8 kg, em média. O valor da diária varia de acordo com a raça e o peso de chegada do bovino dos clientes.

O confinamento funciona na Fazenda São Manoel e começou para valer há dois anos. “Antes, usávamos os nossos próprios bovinos, mas confinar para terceiros resultou em margens mais positivas. E quanto mais operamos, mais eficientes somos, atraindo o interesse de fazendeiros que não têm estrutura para a atividade. Hoje, temos uma fila de interessados de três meses”, conta José Ribas. E os planos são de expansão, com a construção de mais doze currais no curto prazo, e capacidade saltando para 15.000 animais por giro em até cinco anos. Sem falar na recepção de animais para importadores turcos, que vão levá-los vivos, para terminação e abate no país deles. “O Brasil deve exportar 400 mil animais vivos em 2018, sendo 300 mil para terminação no exterior. Um negócio crescente, que nos interessa muito”, conclui satisfeito. O Brasil deve “trancar” este ano perto de 4,5 milhões de cabeças.

 

Canal AgroRevenda

 

Papo de Prateleira

 

Newsletter

Receba nossa newsletter semanalmente. Cadastre-se gratuitamente.