Cerimônia ressaltou o trabalho de três décadas de valorização do evento e comemorou o ano de safra recorde e melhor comercialização dos grãos
A abertura oficial da 30ª edição da AgriShow em Ribeirão Preto, neste domingo, foi marcada por homenagem aos idealizadores do evento, o ‘bom humor’ do Vice-presidente da República e fortes críticas ao governo federal pelo pouco dinheiro do Plano Safra e a condução da política econômica, que está forçando o Banco Central do país a manter os juros nas alturas. O maior evento do Agronegócio da América Latina vai reunir em cinco dias (até o dia 2 de maio) quase duzentos mil visitantes, de cinquenta países, e movimentar negócios de até R$ 15 bilhões.
A cerimônia contou com a presença do presidente interino da República, Geraldo Alckmin, dos governadores de Goiás, Ronaldo Caiado, e Minas Gerais, Romeu Zema, de João Marchesan, presidente da Agrishow, do Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Guilherme Piai, do Presidente de Honra do evento, Maurílio Biagi, do presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio, Pedro Lupion, palém de deputados federais e estaduais, do prefeito de Ribeirão Preto, Ricardo Silva, e de líderes de entidades e instituições do segmento, como Caio Carvalho (Associação Brasileira de Agronegócio – ABAG), Eduardo Monteiro (Associação Nacional para Difusão de Adubos – ANDA), Tirso Meirelles (Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – SENAR SP), Sílvia Massruhá (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa), José Velloso e Gino Paulucci (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos – ABIMAQ), Sérgio Bortolozzo (Sociedade Rural Brasileira), Pedro Lupion (Frente Parlamentar da Agropecuária – FPA), Eduardo de Souza Monteiro (Associação Nacional para Difusão de Adubos – ANDA), entre outros.
A abertura foi marcada por três tipos de atitudes. Primeiro, o clima de celebração, com homenagens àqueles que idealizaram, construíram e consolidaram a feira de tecnologia, como as empresas Baldan, Marchesan, Jumil e Jacto, além de Sérgio Magalhães, ex-presidente da Abimaq. “A Agrishow é resultado da união e coragem de corporações com a Abimaq, em torno de um ideal que se tornou um marco significativo no agronegócio brasileiro, destacando-se como a maior feira de tecnologia agrícola a céu aberto do mundo. Ao longo de três décadas, a Agrishow fortalece e consolida seu lugar na história”, falou o presidente João Marchesan.
O outro momento foi marcado por muitas críticas contra a atual administração federal, feitas por governadores e representantes do Congresso Nacional.
“Precisamos de uma política nacional que valorize o setor produtivo rural, classificando o setor como o único verdadeiramente competitivo. Como investir em uma usina se qualquer aplicação financeira rende 15% ao ano e o crédito para produção custa 18% a 20%? Isso é inviável. Estamos ficando para trás. Vi na Índia um programa de distribuição de cesta básica para 800 milhões de pessoas, apoiado em tecnologia e inovação. Lá, os jovens são preparados desde cedo nessa área. E nós não temos um banco de dados estruturado”, disparou o governador de Goiás Ronaldo Caiado.
“Não é possível continuarmos com essa política de crédito e seguro rural. Estamos entrando com uma proposta robusta de financiamento muito mais consistente para o agro brasileiro. Um Plano Safra que combina com a robustez do segmento. E vamos acelerar a aprovação do projeto de lei de um novo seguro para as fazendas. Não garantimos hoje nem 20% das atividades, o que é um perigo para os produtores. Que são empreendedores que sofrem rotineiramente com seca, chuvas e perdas”, reforçou Pedro Lupion.
Já o presidente em exercício do Brasil, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, chegou com um ‘exagerado’ bom humor. Disparou números para elogiar o atual governo, fez piadas, sorriu, contou casos sobre a propriedade rural de sua família em Pindamonhangaba (SP) e elogiou a força do agro brasileiro. “Fortalecer o agronegócio é também fortalecer a indústria e, consequentemente, impactar positivamente na geração de emprego e renda e no desenvolvimento do país. Quando o agro vai bem, ajuda a indústria e quando a indústria vai bem, ajuda o agro. São setores interligados, indispensáveis na engrenagem econômica do país. A Agrishow é um dos personagens fundamentais nesse sistema que beneficia a economia e a sociedade. E a inovação é um dos investimentos fundamentais para colocar o Brasil na dianteira da aplicação tecnológica dentro e fora do campo”, discursou.
A feita deste ano traz o slogan ‘O Futuro do Agro de A a Z’ e promete reforçar o compromisso de trazer ao debate temas de extrema relevância para o desenvolvimento do setor, como as tecnologias digitais cada vez mais presentes e indispensáveis no crescimento do agronegócio nacional.