2 de novembro de 2018

18ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Álcool

Edição 2018 reafirma pequena recuperação no preço do açúcar e mercado forte para o álcool

Os próximos dois anos seguirão muito voláteis para os mercados de açúcar e álcool, marcados pelo regime de chuvas, envelhecimento dos canaviais e o balanço energético. É a principal conclusão obtida nos dois dias de palestras e debates da 18ª Conferência Internacional DATAGRO sobre Açúcar e Etanol, realizada em São Paulo, no WTC, no fim de outubro. A abertura contou com a presença do Presidente da República, Michel Temer, do presidente da DATAGRO Consultoria, Plinio Nastari, do Ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo de Oliveira, Andrea Moura, Superintendente Federal da Agricultura do Estado de São Paulo, além das principais lideranças do setor sucroenergético.

Os especialistas apontaram que o mundo deverá registrar um pequeno superávit de um milhão a 1,5 milhão de toneladas de açúcar na safra 2018 / 2019 e um déficit de até seis milhões de toneladas em 2019/2020). “Os principais fatores a observar são Índia, Brasil, Tailândia, Paquistão, China e Europa. Destaque para um recuo de produção no Brasil e previsões menos otimistas para a Índia”, explicou Felipe Ferraz, diretor da trading RCMA do Brasil.

Para o Centro-Sul do Brasil, principal região produtora de cana do mundo, a RCMA prevê uma fabricação de 26,5 milhões de toneladas de açúcar na temporada iniciada em abril. Caso se confirme, o volume seria cerca de 10 milhões de toneladas abaixo do registrado no ano anterior. Usinas do país focaram na produção de etanol graças à melhor remuneração, uma vez que as referências internacionais do açúcar caíram muito, apesar de uma leve recuperação no fim do ano. A Datagro também reduziu a estimativa de produção de açúcar para o Centro-Sul, na safra de 2018/2019, e manteve estável a projeção de moagem de cana-de-açúcar, em 558,78 milhões de toneladas. “Choveu muito no fim de 2018. Assim, as usinas esticaram os trabalhos de moagem e, ao fazer isso, fabricaram menos açúcar e mais etanol”, analisou Plínio Nastari.

A Tereos Açúcar & Energia Brasil, um dos maiores grupos sucroenergéticos do país, que possui sete usinas no noroeste paulista e moeu 20 milhões de toneladas de cana no ano passado, revelou que o próximo ciclo no Centro-Sul, principal polo canavieiro do mundo, vai ser bem parecido com o deste ano em termos de produção. “Em 2019/2020, a moagem deve ficar em 560 milhões de toneladas. E o envelhecimento das plantações vai acabar sendo compensado pelas chuvas acima da média na Primavera 2018″, destacou o diretor da Região Brasil do Grupo Tereos, Jacyr Costa Filho. Mas o executivo reforça que é difícil prever o mix de produção no próximo ciclo, por causa da recuperação dos preços do açúcar na Bolsa de Nova York e, ao mesmo tempo, a perspectiva favorável para o consumo de combustíveis no Brasil, o que inclui o etanol. “E mais. A demanda global por açúcar vai continuar crescendo, mas vai depender se a gente conseguir evitar as medidas protecionistas que são aplicadas na Índia e no Paquistão”, finalizou Jacyr Costa Filho.

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