30 de março de 2022

12º SIMPÓSIO ASBRAM – Brasil sustentável vai alimentar o mundo

Evento organizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais consagra os motores da Nova Pecuária: Tecnologia, Nutrição, Novos Consumidores e Sustentabilidade.

Foram mais de dois anos de uma espera forçada pela pandemia da Covid-19, mas o auditório repleto de executivos e profissionais ligados à suplementação nutricional dos rebanhos brasileiros em Campinas (SP), no Hotel Royal Palm Plaza & Resort, durante dois dias, comprovou que o Agronegócio do país avança como nunca e entrega todos os atributos exigidos pela sociedade moderna. Tecnologia em Nutrição Animal, Intensificação, Produção de Alimentos de Qualidade e cuidado máximo com o Meio Ambiente e as Pessoas. “O Agro não parou e não pode parar. Há uma pandemia e um conflito militar, que mexe com os nervos de todo mundo, mas o segmento avançou firme em dois anos. E tem mais pela frente. O setor de suplementação mineral cresceu, abriu 2022 vendendo acima do ano passado e ainda há a metade do rebanho bovino para mineralizar as dietas. A importância da suplementação hoje é maior ainda, pois ajuda a usar menos terras para produzir mais carnes. Estamos otimistas. A China voltou a comprar nossa carne bovina, o Canadá abriu o mercado e a arroba permanece valorizada. São dados extremamente positivos para o setor”, comemorou Juliano Sabella, Presidente da ASBRAM, entidade que organizou o 12º Simpósio Nacional da Indústria de Suplementos Minerais, nos dias 17 e 18 de março.

O Simpósio debateu o tema ‘O Brasil sustentável – Pronto para alimentar o Mundo’, avaliando os desafios do segmento e da economia brasileira, aperfeiçoando a campanha para uso correto dos minerais nas fazendas, debatendo a necessidade de fortalecer a Comunicação no Agronegócio, a sustentabilidade das áreas, dos negócios e da sociedade. E começou com a boa notícia de que a venda de suplementos minerais cresceu 5% em fevereiro sobre o mesmo mês do ano passado. Anunciada pelo especialista e professor da Área de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas, Felippe Cauê Serigatti. Foram 173 mil toneladas comercializadas e 65 milhões de cabeças suplementadas no mês, 7,2% acima do mesmo período de 2021. Ainda na abertura, Daniel Moreira Arruda Guidolin, que comandou a ASBRAM nos dois últimos anos, prestou contas de sua gestão e defendeu a diminuição da carga tributária sobre a produção de suplementos. “Só pleiteamos os mesmos benefícios de outros setores da cadeia produtiva de alimentos. Afinal, os suplementos minerais também dão origem a alimentos, como carne bovina e leite”, defendeu. A mesma linha apoiada por Renato Saleme, Diretor de Vendas da Mosaic Fertilizantes. “Apostamos na nutrição animal, estamos ao lado da ASBRAM e vamos continuar investindo sem parar na atividade. Ampliamos a capacidade da nossa mina de Cajati (SP), abrimos um porto de expedição em Rondonópolis (MT), lançamos nossa loja on-line e novas linhas de fertilizantes para a Pecuária de Corte e Leite. Sempre aprofundando a agenda de Sustentabilidade, compartilhando as Boas Práticas ao lado da ASBRAM”, assegurou.

O tema ganhou novos reforços ao longo do evento. A Diretora do Departamento de Produção Sustentável e Irrigação da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Fabiana Villa Alves, destacou os trabalhos realizados nos últimos doze anos no sentido da pecuária de baixa emissão de carbono com desenvolvimento territorial sustentável. “Não existe no mundo um Agro tão sustentável no planeta como o nosso. Ninguém tem planos que mirem a mitigação de problemas ambientais como nosso país. Já atingimos 52 milhões de hectares cultivados com algum mecanismo do plano da Agricultura de Baixo Carbono (ABC). Somos signatários do Acordo Mundial de Metano. E temos metas audaciosas para 2030. São inúmeras ações. Integração, tratamento de dejetos, confinamento de rebanhos, terminação intensiva, recuperação de 30 milhões de pastagens degradadas, investimento em plantio direto, bioinsumos, tratamento de resíduos agropecuários e das águas. Temos a clareza de que produzir e conversar é possível”, resumiu.

Outra mensagem positiva veio do economista Ricardo Amorim, mas que fez alertas sobre os problemas que merecem atenção do Brasil. “A inflação é um problema que sempre exige cuidado. Até porque está assustando o mundo inteiro. E, internamente, o ano é muito instável por causa das eleições presidenciais. Ao mesmo tempo, o dólar vem caindo muito no Brasil e a evolução do crédito favorece negócios como o Agro. Não se enganem. O mundo precisa de alimentos. Essencialmente a Ásia, com destaque para China e Índia. E ninguém está tão bem posicionado em proteínas animais, produtos de energia e commodities em geral como o Brasil”, assegurou. Uma postura que teve a adesão de dois nomes tarimbados do Agro nas últimas décadas. “Geralmente, as decisões no mundo giram em torno de política, armas, fronteiras e petróleo. Mas o alimento permanece sendo vital para a humanidade. O Brasil vai dominar o mundo pelo alimento. E preço, qualidade e oferta serão os três ativos mais requisitados pelo Mercado”, advertiu o ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli. “Tanto é que, hoje, a família brasileira gasta mais com transporte do que com alimentação”, emendou Ivan Wedekin, ex-Secretário de Política Agrícola do Ministério.

Os representantes do setor também debateram os maiores desafios do país. Eles defendem a diminuição e isenção de vários impostos em benefício da tecnificação dos pequenos produtores de carne bovina e leite. “Estamos elaborando um documento para levar ao Governo Federal e aos Congressistas, que comprovam com dados os benefícios sociais que viriam com a maior produtividade destes empreendedores menores”, reforçou Juliano Sabella. Sem falar de temas espinhosos como Imagem e Seres Humanos. “A sociedade está passando por profundas transformações humanas, tecnológicas, profissionais e pessoais. Hoje, o grande ser humano é aquele que aprende, aprende e torna a querer aprender mais. E procura preencher os vazios que todos têm com perseverança e empatia. Seremos salvos pelas nossas humanidades e os novos gestores precisam ter essa postura”, cravou a professora Maria Flávia, jornalista e especialista em Gestão Social, Educação, Desenvolvimento Local e Administração. “Nós somos o celeiro do mundo, mas temos que cuidar melhor da nossa imagem diante dos outros países. É só mostrarmos o que fazemos com tecnologia, biologia, lavouras de pastagens, integrações, recuperação de áreas e uma atuação maravilhosa da iniciativa privada e dos criadores. A bola do Agro está na marca do pênalti. É só chutarmos”, brincou Alysson Paolinelli. “Comunicação é o que o outro entende e não o que queremos dizer. Exige rotina e ação combinada entre as entidades de cada setor. Os executivos das corporações do Agronegócio colocam a sustentabilidade como ponto central nas tomadas de decisão dos negócios, mas muita gente ainda liga o agro ao desmatamento, à poluição e aos maus tratos com os animais. A narrativa do segmento precisa ser ajustada e otimizada. De olho nas novas gerações, que percebem a alimentação de uma forma cada vez mais transformadora, na frente das gôndolas dos supermercados. E o próprio Varejo vai pressionar os produtores e indústrias a só comercializarem artigos comprovadamente sustentáveis”, aconselhou Renato Meirelles, Presidente do Instituto de Pesquisa Locomotiva, fundador do Data Favela e um dos maiores especialistas em consumo das famílias brasileiras.

Um tradicional momento em todas as edições do Simpósio foi a entrega do ‘Prêmio Excelência ASBRAM’ ao pesquisador Gustavo Resende Siqueira, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) de Colina (SP). Gustavo é Zootecnista, professor e especializado em Avaliação, Produção e Conservação de Forragens e Produção Animal. “Todas as pesquisas são importantes, geram conhecimento. Mas nossa opção foi atuar em pesquisas para que os resultados fossem aplicados pelo produtor da forma mais rápida possível. Até no dia seguinte. E também optamos por atuar ao lado da iniciativa privada. Agradeço a todas as pessoas desse importante setor. É gente que conhecemos há muito tempo. E que pensa como eu. A pecuária brasileira é boa, sustentável e vai dar certo”, agradeceu o pesquisador ao lado da mulher e dos filhos.

Os dirigentes da Asbram encerraram o encontro satisfeitos com os resultados do Simpósio. “É maravilhoso ver uma casa cheia assim. Quero agradecer a todos os ex-presidentes. A ASBRAM é um projeto de vida, de que o Brasil precisa. Estamos construindo o futuro. É só continuarmos o nosso caminho”, falou Elizabeth Chagas, Vice-Presidente Executiva da entidade. “A suplementação mineral ajuda na diminuição das emissões dos gases poluentes. O nosso desafio permanece o mesmo: alimentar o Brasil, o mundo e preservar“, arrematou Juliano Sabella. “Nosso mercado é ótimo porque é o do alimento. Mas precisamos nos comunicar melhor com o consumidor final para ele saber como nos preocupamos com o Bem-Estar Animal, as pessoas e o Meio Ambiente”, ponderou Daniel Guidolin.

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