27 de agosto de 2024

Congresso da ANDA debate fertilizantes e destaca incêndios

Os fertilizantes têm papel fundamental no futuro da segurança alimentar no mundo, pela presença determinante na produção agrícola brasileira, que é protagonista no desafio de alimentar a população do planeta. A afirmação foi uma constante nas falas dos especialistas e autoridades que participaram da abertura do 11º Congresso de Fertilizantes, promovido em São Paulo pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA).

O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues (foto abaixo, à direita), que foi homenageado durante o evento, reforçou a importância dos fertilizantes para mudar o cenário global atual, dominado, segundo ele, por quatro fantasmas: segurança alimentar, segurança energética, mudanças climáticas e desigualdade social.

“O Brasil é o grande protagonista mundial na luta para enfrentar esses quatro cavaleiros do apocalipse”, destacou. E os fertilizantes têm papel central para transformar esse cenário, acrescentou Rodrigues.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (foto abaixo, à esquerda), apresentou um balanço da pasta nos primeiro 20 meses do atual governo, com destaque para o Plano Safra. Lembrou que o Plano Safra é o programa mais longevo do governo federal, criado há 34 anos, e que esse ano terá um aporte superior a R$ 580 bilhões, considerando também o financiamento para agricultura familiar (R$ 78 bilhões) e para as LCAs (R$ 108 bilhões).

Fávaro enfatizou também a redução dos custos de produção, que recuaram 23% de 2022 a 2024. “É um bom momento, apesar das dificuldades que afetam o setor”, resumiu.

Um tema recorrente durante o evento foram os incêndios que atingiram o interior do estado de São Paulo. O secretário de Agricultura e Pecuária de São Paulo, Guilherme Piai, explicou que uma grande mobilização foi montada, com a criação de um gabinete de crise e o monitoramento permanente da situação. “Hoje foi detido um quinto suspeito de participação nos incêndios criminosos.”

O fogo atingiu, segundo os dados do estado, um total de 5 mil propriedades, em 150 municípios, com 50 deles tendo decretado estado de emergência. Há fortes suspeitas sobre a origem dos focos de incêndio. O secretário afirmou que os focos surgiram todos no mesmo horário, 11 horas da manhã, o que reforça suspeitas. “Podemos afirmar que 90% desses incêndios foram provocados”, disse.

Piai explicou que o estado criou um termo circunstanciado, que pode ser utilizado por cooperativas e produtores que tiveram suas propriedades atingidas ou destruídas pelo fogo. O termo circunstanciado mostra que o produtor foi uma vítima dos incêndios e não seu provocador. Com isso, ele tem uma proteção legal caso haja algum tipo de fiscalização ambiental.

O ministro Fávaro afirmou que a crise dos incêndios no interior de São Paulo deve ser enfrentada com agilidade, transparência e informações corretas. Questionado sobre as queimadas no estado podem prejudicar a imagem do Brasil internacionalmente, destacou que o procedimento deve ser baseado nesses fatores. E, claro, com medidas de apoio. O governo federal vai começar a dimensionar os prejuízos provocados pelo fogo na região, para definir linhas de crédito aos produtores e criadores.

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