O engenheiro agrônomo Alcino Ladeira, pesquisador da Down Brasil, trouxe um tema muito importante para os visitantes da Tecnoshow 2022: recuperação de pastagem com alta infestação de plantas daninhas, realidade e interação técnica com o pecuarista.
O palestrante explicou que quando o objetivo é obter maior lucratividade e melhor produtividade, é importante que haja manejo de pastagem. “Não se pode fazer como antigamente em que você ensinava para o ‘peão’: se o capim bateu no joelho, põe o gado, se bateu na canela, tira o gado. Isso mudou”, explica Alcino.
De acordo com Alcino, ainda é preciso ampliar a visão do produtor em relação a esse assunto. “Quando você questiona: vamos corrigir o solo ou vamos fazer um manejo mais apropriado? A maioria dos pequenos produtores não quer. Eles acham que está tudo bem, pois estão ganhando dinheiro. Mas os grandes estão cada vez maiores e os pequenos só tendo perda gradual a cada ano. Vai chegar um ponto em que eles vão deixar de existir ou vão produzir 2 ou 3 arrobas por hectare, número que não é suficiente para sobrevivência do negócio. Por isso estamos batendo tanto a cabeça”, conta Alcino. Durante toda palestra, ele falou muito sobre separar a agropecuária em duas culturas: a do boi e a do capim (pasto).
Alcino enfatizou muito sobre a importância do capim. “Ele é o alimento mais barato, o melhor herbicida que existe. O dia que a pecuária tiver consciência que um bom produtor de capim será um bom pecuarista, aí sim, nós vamos crescer muito, mas está demorando”, lamenta.
Ainda de acordo com Alcides, o “calcanhar de aquiles” da pecuária hoje são as áreas degradáveis. “É importante perceber, por exemplo, que quando uma planta daninha começa a sair, isso é um indicativo de que algo está errado, ou o manejo ou a pressão de pastejo, porque um animal está comendo o capim. E o capim para crescer tira nutrientes do solo. Os pecuaristas precisam entender que fazer uma reposição esporádica de nutrientes do solo é essencial para continuidade da produtividade, caso contrário, ele terá decréscimo na produtividade, ano após ano. É preciso ter a associação do que mais falo: cultura do pasto e do boi. Não adianta ter um longe do outro”, reforça o agrônomo.
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